Médicos dos EUA relatam reação à maconha que leva pacientes ao hospital com crises de vômito

Um fenômeno raro apresentado por usuários de maconha tem chamado a atenção de médicos nos Estados Unidos. Algumas pessoas que usam cannabis desenvolvem uma espécie de intolerância ao fumo. De repente, sentem náuseas e vômitos intensos várias vezes ao dia. 

Ao jornal New York Times, médicos relataram que este tipo de ocorrência tem se tornado uma cena muito comum em salas de emergência.

Especialistas acreditam que os sintomas aparecem depois que as pessoas usam ou consomem grandes quantidades de maconha por um longo período de tempo, cerca de uma década. 

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Apesar de a cannabis ser vista como algo natural e seguro, cientistas já sugeriram que seu ingrediente ativo, o THC, não faz bem ao corpo. Ele desencadeia a resposta de luta ou fuga do corpo, aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial. 

Vômitos e dores abdominais

Os sintomas dessa reação incluem vômitos repetidos, náusea, desidratação e dor abdominal intensa. Um dos médicos que conversou a reportagem do jornal disse que esses pacientes parecem bem doentes e os descreveu como “se contorcendo de dor”. 

Uma vez que uma pessoa para de usar cannabis, os sintomas podem levar várias semanas para diminuir e desaparecer até que ela comece a usar novamente, o que reinicia o ciclo.  

Um aspecto revelador da condição, que ainda não é compreendido, é banho quente geralmente alivia os sintomas. 

Este comportamento ainda não foi observado em nenhuma outra doença, por isso é um critério crucial que distingue a condição causada pela cannabis de outras doenças com crises de vômito.

Fenômeno relativamente novo

O fenômeno ainda é relativamente novo e parece ser uma reação bastante rara. Uma equipe de pesquisa relatou isso pela primeira vez em 2004 e chamou a síndrome de hiperêmese induzida por cannabis, ou seja, vômito causado pela cannabis.

O artigo descreveu 19 casos em que ocorreram os mesmos sintomas e nos quais nenhum outro diagnóstico pôde ser feito.

Muitas das pessoas afetadas geralmente passam por uma peregrinação por médicos antes de descobrir a ligação com a cannabis.