Métodos para interromper a menstruação sem prejudicar a fertilidade

Suspender a menstruação pode significar um alívio para muitas mulheres, além de ser um tratamento para algumas doenças, como miomas e cistos de ovário. No entanto, qualquer mulher pode procurar um ginecologista e expor o desejo de interromper a menstruação, sem trazer qualquer risco à fertilidade.

De acordo com especialistas entrevistados pelo Minha Vida, não há prejuízos orgânicos em suspender a menstruação. Mesmo assim, é importante ressaltar que não há necessidade de bloqueá-la em todos os casos. Para isso, o site preparou algumas dicas de métodos com diferentes indicações para interromper ou diminuir o fluxo menstrual.

Conheça as maneiras de suspender ou diminuir o fluxo menstrual

Em entrevista ao site, o ginecologista Antônio Júlia Sales Barbosa afirma: “Quando o método é suspenso, o ovário retorna a seu trabalho, que é ovular, garantindo a volta da fertilidade dois a quatro meses após a parada do anticoncepcional”.

Confira alguns métodos:

Pílulas anticoncepcionais sem interrupção

A pílula anticoncepcional é utilizada para inibir a fertilidade da mulher e ajuda a regular a menstruação, entre outros benefícios. Normalmente, é utilizada durante três semanas havendo um intervalo de sete dias, no qual ocorre a menstruação – mas você pode emendar as cartelas e interromper os sangramentos. Para suspender a menstruação, você pode usar tanto pílulas comuns quanto especiais – a escolha dependerá de como o seu organismo reage a cada opção.

As pílulas comuns combinam os hormônios progesterona e estrógeno, enquanto as especiais são feitas especificamente para quem não deseja menstruar, e podem carregar apenas um desses hormônios. “Quando bem indicadas e acompanhadas por um profissional, apresentam os mesmos riscos da pílula cíclica, ou seja, seu uso contínuo não apresenta nenhum efeito colateral diferenciado”, afirma a endocrinologista Dolores Pardini, do departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Não é preciso fazer a pausa na pílula a cada três meses para menstruar. O sangramento da pausa da pílula é meramente artificial e só acontece porque, enquanto a mulher recebe a carga hormonal vinda da pílula, o endométrio vai se espessando. “Quando há a retirada dos hormônios (estrogênio e progesterona), há o a descamação do endométrio e, logo, o sangramento”, explica o ginecologista Antônio Júlio Sales Barbosa, do Hospital Santa Catarina. “Mas isso é um processo artificial, já que o hormônio vem da pílula.” Ao contrário do que pode se pensar, o endométrio não continuará se espessando com o tempo de uso do método hormonal. Segundo a ginecologista Carolina Ambrogini, da Unifesp, a progesterona acabará atrofiando o endométrio, e a única consequência disso é a diminuição do fluxo menstrual.

Entretanto, é essencial que haja o acompanhamento médico antes da mulher começar a emendar as cartelas. “Há o risco dela ingerir uma dose elevada dos hormônios, ocasionando problemas como pressão alta, alterações venosas e problemas de coagulação no sangue”, diz a ginecologista Caroline Alexandra Pereira de Souza, especialista em reprodução humana e endoscopia ginecológica da Clínica BMS, em São Paulo. Esse método, inclusive, não pode ser utilizado por mulheres com problemas de coagulação, já que as pílulas podem levar à trombose.

Injeção de hormônios

“São os mesmos hormônios da via oral administrados por via intramuscular”, explica a endocrinologista Dolores. Dependendo do hormônio e dose, a frequência podes ser mensal ou trimestral. Quando bem indicadas e acompanhadas por um profissional não tem efeito colateral por serem contínuas, apresentando os mesmos riscos da pílula cíclica.

Segundo a ginecologista Carolina, esse método apresenta muitas vantagens, sendo muito indicado para mulheres que têm intolerância às pílulas orais ou que precisam fazer uso de outro medicamento. “Outra vantagem é que os anticoncepcionais injetáveis não interferem no prazer sexual e ainda ajudam a diminuir a intensidade das cólicas menstruais, além de prevenir várias doenças como o câncer de endométrio, no ovário, doenças mamárias, cistos e miomas uterinos e doenças inflamatórias pélvicas”, afirma Carolina.

Dentre as vantagens do anticoncepcional injetável destaca-se ainda o combate à anemia, pois seu uso estimula a formação de glóbulos vermelhos, prevenindo a doença. “Já as desvantagens incluem alguns efeitos colaterais, como alterações no ciclo menstrual, que pode variar desde ao excesso de sangramento a completa amenorreia”, explica a ginecologista. Também é comum sentir dor de cabeça, dores nos seios e também nas pernas, além de retenção de líquidos. “Outra questão acerca do método injetável está relacionado à fertilidade, pois ao interromper o uso do anticoncepcional a mulher só voltará a ser fértil após seis meses ou um ano”, lembra a especialista. Ele é contraindicado para mulheres fumantes, por aumentar o risco cardiovascular nesses casos, ou que estejam amamentando, por conta dos hormônios.

Hormônios naturais

Entende-se por hormônio natural aqueles fabricados pela mulher, que no caso das pílulas anticoncepcionais é o estradiol. “A única pílula atualmente disponível no mercado a base de estradiol não leva a amenorreia”, declara a endocrinologista Dolores. O que pode acontecer é uma redução do fluxo menstrual, o que por si só pode ser uma vantagem para mulheres que sofrem com ciclos muito intensos ou longos.

Leia a matéria na íntegra.