Ministério da Saúde admite risco de desabastecimento de medicamentos
Medicamentos para dor e antibióticos já estão em falta nas farmácias
O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) admitem risco de desabastecimento de medicamentos no Brasil. Há pelo menos dois meses, farmácias e unidades básicas de saúde do país tem enfrentado um apagão de alguns remédios, como dipirona, antibióticos, soro e diuréticos.
Como consequência da ausência de medicamentos, há um aumento nos preços dos itens.
Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Saúde (CNSaúde), feita em 106 estabelecimentos como hospitais, clínicas e empresas que fornecem serviço de home care em 13 Estados e no Distrito Federal, revela que quando as mercadorias são encontradas têm preços duas vezes maior que o praticado no mercado.
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Motivos para o desabastecimento de medicamentos
De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), o desabastecimento é causado por diversos fatores, entre eles, a descontinuidade da produção de alguns fármacos pela indústria para priorizar medicamentos com maior demanda gerada pela pandemia de covid-19 e falta de matéria-prima, em decorrência da guerra na Ucrânia e do lockdown na China, que impacta tanto a fabricação do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), quanto a chegada ao país dos estoques já adquiridos, parados na origem pelo fechamento dos portos chineses.
O aumento do petróleo também está atrelado ao problema já que a fabricação das embalagens dos remédios utiliza derivados do produto.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já se manifestou sobre o assunto na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado na semana passada. “Estamos com dificuldade de IFA de dipirona, o que é inaceitável” disse Queiroga.
Em entrevista ao Globo, o Ministério da Saúde confirmou que articula junto à Anvisa medidas para reverter a situação A pasta informou que “trabalha sem medir esforços para manter a rede de saúde abastecida com todos os medicamentos ofertados pelos SUS”.