Mortos por Covid-19 lotam crematórios na China; médicos dizem que milhões irão morrer
Primeiro país a sentir os efeitos da pandemia da Covid-19, a China revive um nova crise sanitária; médicos preveem milhões de mortos nos próximos meses
Primeiro país a sentir os efeitos da pandemia da Covid-19, a China revive um nova crise sanitária de proporções catastróficas. De acordo com o epidemiologista chinês Eric Feigl-Ding, da ONU, a multiplicação dos casos se deve, sobretudo, ao fim das restrições instituídas pelo governo, que tem causado a lotação dos hospitais e resultado em uma explosão nos serviços funerários”.
Chefe da Força-Tarefa Covid no Instituto de Sistemas Complexos de New England, e cofundador da Rede Mundial de Saúde e membro de um comitê sobre Covid na ONU, Feigl-Ding alega que as notícias divulgadas são baseadas em informações de hospitais e funerárias chinesas, que diante do novo estágio pandêmico estariam usando refrigeradores para conservar os corpos. Isso porque, de acordo com autoridade sanitária, a maior funerária de Pequim não atende a demanda atual, o tem gerado atraso de 20 dias.
“O tempo de duplicação do vírus na China pode não ser mais de dias, mas de horas”, afirmou Eric Feigl-Ding. “As consequências econômicas globais (…) serão feias”.
Publicações especializadas como a renomada Nature sugerem que, por conta do fim do programa ‘covid zero’, um milhão de chineses serão vítimas fatais da doença nos próximos meses. Outro relatório da Universidade de Hong Kong estima um cenário semelhante.
Causas da emergência sanitária na China
Em meio aos motivos que levaram o país asiático a viver uma nova catástrofe, o principal fator se deve à resistência de idosos à vacinação e à defasagem da primeira composição de vacinas, que não atendem às demandas da variante Omicron. Embora 89% da população esteja vacinada com as duas doses, números da Organização Mundial da Saúde relatam que apenas 57% receberam o reforço.
Mas, calma!
A explosão de novos casos e mortes, no entanto, é descartada em outros países com maior cobertura vacinal, segundo o vice-presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Alexandre Naime.”A população global está muito melhor imunizada do que a chinesa”. “Nossa lição é dar as doses de reforço. Na China, será redução de danos”, diz.
Remédio injetável contra Covid-19 no Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou no último dia 15 de dezembro o uso de dexametasona, um remédio que trata desde problemas reumáticos inflamatórios a alergias, para o tratamento da forma grave da Covid-19.
O tratamento é indicado apenas em casos de pacientes graves (com saturação de oxigênio < 90% em ar ambiente, sinais de pneumonia, sinais de desconforto respiratório grave) ou em situação crítica (necessidade de tratamento de manutenção da vida, síndrome do desconforto respiratório agudo, sepse, choque séptico).