Mudança na vacina contra a poliomielite chama atenção; entenda
É o fim do Zé Gotinha? Mudança substitui a famosa gotinha pela versão injetável para maior segurança; saiba o que isso significa
Desde segunda-feira, 4, o Brasil começou uma mudança importante na vacinação contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil e pólio.
A famosa gotinha da vacina oral, representada pelo personagem Zé Gotinha, será substituída pela versão injetável. Essa alteração faz parte de um esforço para tornar a imunização ainda mais segura e eficaz, seguindo recomendações internacionais.
Por que a vacina contra a poliomielite agora é injetável?
Embora a vacina oral tenha sido fundamental na luta contra a poliomielite, ajudando a prevenir casos graves e até mortes, a mudança para a vacina injetável ocorre para eliminar um risco específico.
A versão oral utiliza o poliovírus atenuado, que, embora eficaz, pode gerar uma versão modificada do vírus que, ao ser excretado nas fezes, pode se espalhar em áreas com baixa cobertura vacinal, especialmente em locais onde há falta de saneamento básico.
Essa substituição ajuda a evitar que o vírus se propague e traz uma camada adicional de segurança ao esquema de vacinação.
Com a nova diretriz, as duas doses de reforço com vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), a famosa gotinha, serão substituídas por uma dose da vacina inativada poliomielite (VIP), garantindo maior proteção sem o risco de transmissão do vírus vacinal.
Como fica o esquema vacinal?
- 2 meses – 1ª dose;
- 4 meses – 2ª dose;
- 6 meses – 3ª dose;
- 15 meses – dose de reforço com VIP.
O Brasil foi declarado livre do poliovírus selvagem há mais de 30 anos, e desde 1989 não registra casos de paralisia infantil causada pelo vírus original.
No passado, a doença se tornou mais conhecida por desencadear paralisia nos membros inferiores, nos músculos da fala e da deglutição, além de causar atrofias musculares e problemas nas articulações. Em casos graves, a pólio pode até levar à morte.
Manter uma alta cobertura vacinal é essencial para impedir que o vírus retorne e para proteger a população brasileira.
E o Zé Gotinha, sai de cena?
Apesar da mudança para a vacina injetável, o personagem Zé Gotinha, ícone da vacinação no Brasil desde 1986, continua presente nas campanhas de conscientização.
Segundo o Ministério da Saúde, ele segue como símbolo de incentivo não apenas para a vacinação contra a pólio, mas também contra outras doenças evitáveis.
“O personagem entrou em campo também para alertar sobre a prevenção de outras doenças imunopreveníveis, como o sarampo. Portanto, ele continua trabalhando em prol da imunização. O Zé Gotinha se tornou um símbolo universal na missão de salvar vidas e um aliado importante no processo de educação e combate às notícias falsas”, diz a nota.