Mulher com câncer desenvolve raro crescimento de pelos no rosto

Condição pode estar relacionada a câncer, distúrbios endócrinos, anorexia ou ao uso de certos tipos de medicamentos

14/01/2021 09:50

Uma paciente de 51 anos desenvolveu o crescimento repentino e excessivo de pelos no rosto, pescoço e parte superior do corpo. Ao mesmo tempo em que observava essa mudança, ela também apresentou fadiga, tosse e perda de peso.

A condição chamada hipertricose lanuginosa adquirida, conhecida popularmente como síndrome do lobisomem, pode estar relacionada a câncer, distúrbios endócrinos, anorexia nervosa ou ao uso de certos tipos de medicamentos, especialmente esteroides androgênicos.

Até então, a mulher não fazia uso de nenhum remédio e havia sido fumante por 37 anos. Ao procurar um médico e fazer exames, ela descobriu um adenocarcinoma primário de pulmão, um tipo de  câncer comum em fumantes e ex-fumantes. O caso foi descrito no final de dezembro no jornal científico NEJM (New England Journal of Medicine).

Mulher desenvolve crescimento de pelo excessivo no rosto
Mulher desenvolve crescimento de pelo excessivo no rosto - New England Journal of Medicine

De acordo com American Cancer Society, o adenocarcinoma primário de pulmão geralmente cresce mais lentamente que demais tipos de câncer de pulmão, e tem mais chance de ser diagnosticado antes de se espalhar.

Os adenocarcinomas começam nas células que revestem os alvéolos e produzem substâncias como muco. É mais frequente em mulheres do que em homens, e é mais propenso a ocorrer em pessoas mais jovens do que outros tipos de câncer de pulmão.

Hipertricose

Esse crescimento excessivo de pelos no rosto chamado de hipertricose pode ser genético ou adquirido, podendo acontecer tanto com homens quanto com mulheres. Quando a síndrome é causada por uma alteração genética, os pelos aparecem na infância.

Embora não exista cura para essa síndrome, no caso da paciente descrita no periódico científico, a quantidade de pelos diminuiu após ela iniciar o tratamento com quimioterapia e radioterapia e fazer uso de durvalumabe, um medicamento específico para câncer de pulmão.