‘Não vou morrer’: Céline Dion emociona ao falar da rara síndrome que quase a calou

Diagnosticada com a Síndrome da Pessoa Rígida, a cantora abriu o coração sobre sua batalha, os impactos da doença e o motivo que a faz continuar lutando

Por Silvia Melo em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
16/06/2025 15:45 / Atualizado em 22/06/2025 20:38

Céline Dion, uma das vozes mais marcantes da música internacional, revelou recentemente como tem enfrentado uma das batalhas mais difíceis de sua vida: a convivência com a Síndrome da Pessoa Rígida (SPR), uma condição neurológica rara e debilitante.

Diagnosticada em 2022, a artista tem lidado com espasmos musculares graves, dores intensas e limitações físicas que afetaram não apenas sua rotina, mas também sua capacidade de cantar.

A doença começou a se manifestar de forma mais severa nos últimos anos, embora os primeiros sintomas tenham surgido ainda nos anos 2000. Em entrevista à revista People, Céline compartilhou detalhes comoventes sobre sua condição e o que a tem motivado a continuar: seus três filhos, René-Charles, de 23 anos, e os gêmeos Nelson e Eddy, de 13.

“Eles já perderam o pai, não quero que fiquem assustados. Expliquei para eles: ‘Vocês perderam o pai, mas a sua mãe tem uma condição neurológica. Não vou morrer. É algo com o qual vou ter que aprender a viver’”, disse a artista.

A morte de seu marido, René Angélil, em 2016, vítima de câncer de garganta, foi um marco doloroso na vida da cantora. Desde então, ela tem se dedicado a proteger emocionalmente seus filhos, e a batalha contra a SPR se tornou, para ela, uma missão de vida.

Irmã de Céline Dion atualiza seu estado de saúde
Irmã de Céline Dion atualiza seu estado de saúde - reprodução/YouTube/Celine Dion

Uma doença que transforma a rotina

A Síndrome da Pessoa Rígida é uma doença autoimune rara que provoca rigidez muscular intensa, espasmos involuntários e progressiva perda de mobilidade. Em casos graves, como o de Céline, os espasmos podem ser tão fortes que chegam a quebrar costelas, como a cantora revelou:

“Eu cheguei a quebrar costelas em um determinado ponto. Às vezes, quando [a doença] é muito grave, pode quebrar algumas costelas”.

Além disso, a condição afetou diretamente os músculos responsáveis pela fala e pelo canto. “É como se alguém estivesse estrangulando você… Empurrando sua laringe e faringe durante um espasmo”, relatou.

Ela ainda descreveu a dificuldade em modular a voz: “Era como falar e não poder subir ou descer [o tom]”, revelou.

Superação e esperança

Mesmo diante de uma condição crônica, progressiva e sem cura conhecida, Céline Dion tem demonstrado força, otimismo e determinação. Aos poucos, vem retomando atividades públicas e profissionais. Sua postura tem sido de transparência e coragem, buscando não apenas inspirar outras pessoas que enfrentam doenças graves, mas também abrir espaço para a conscientização sobre a SPR.

Especialistas apontam que a doença ainda é pouco compreendida e frequentemente confundida com outras síndromes neurológicas. Por isso, depoimentos como o de Céline são fundamentais para ampliar o debate e promover diagnósticos precoces.

A cantora segue em tratamento e sob acompanhamento médico rigoroso. Embora não haja cura definitiva, existem terapias que ajudam a controlar os espasmos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.