‘Nova’ doença transmitida por vírus tem 1º caso confirmado no Rio
Assim como a dengue, a Febre Oropouche costuma gerar dor atrás dos olhos, dor nas articulações, febre e dor de cabeça; saiba tudo
A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) registrou na quinta-feira, 29, o primeiro caso de Febre Oropouche no estado.
O paciente é um homem de 42 anos que, até o momento, vive no bairro de Humaitá, na zona sul da capital carioca.
Aumento de casos no Amazonas
O homem diagnosticado com a febre tem histórico de viagem para o Amazonas, onde a doença tem registado um aumento expressivo de casos. Portanto, o caso está sendo considerado como “importado”, ou seja, trazido de fora, pela SES-RJ
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Apenas na primeira quinzena deste ano, ou seja, no mês de janeiro, o Amazonas confirmou mais da metade do número de casos de Febre Oropouche registrados em todo o ano de 2023.
No total, já foram registrados 1.674 casos da doença no Amazonas desde o início de janeiro, contra 995 de janeiro a dezembro de 2023. A Fundação de Vigilância em Saúde do Estado (FVS) teve que emitir um alerta epidemiológico diante desse cenário.
O que é a Febre Oropouche?
A Febre Oropouche é uma doença causada pelo vírus oropouche (OROV). O vírus, de origem silvestre, é transmitido principalmente pela picada do mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
Apesar disso, uma das espécies de pernilongo, o Culex, também pode transmitir a doença. O mosquito maruim é o principal vetor de transmissão da Febre Oropouche.
O arbovírus possui dois ciclos de transmissão: selvagem e urbano. No ciclo selvagem, ele circula em áreas de mata entre animais como macacos e bichos-preguiça, enquanto no ciclo urbano ele infecta humanos.
Embora a transmissão não ocorra pelo mesmo mosquito, é comum que arbovírus causem sintomas semelhantes, como é o caso da dengue e da Febre Oropouche.
Sintomas da Febre Oropouche
- Dor atrás dos olhos;
- Dor nas articulações;
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Erupções cutâneas;
- Náuseas e vômitos;
- Diarreia.
Na Febre Oropouche, esse sintomas costumam durar entre dois e sete dias. Assim como acontece na dengue, não há tratamento para o vírus da febre.
Portanto, os cuidados se concentram no alívio dos sintomas, que podem ser feitos através do uso de analgésicos (remédios para dor) e antitérmicos (para a febre), sempre sob acompanhamento médico.
Doenças transmitidas por mosquitos continuam a preocupar no Brasil
A Febre Oropouche não é a única doença transmitida por mosquitos que preocupa autoridades de saúde e a população brasileira.
Recentemente, o Brasil atingiu a marca de 1 milhão de casos de dengue, com 214 óbitos confirmados. Especialistas alertam para a necessidade de intensificar as ações de prevenção e controle do mosquito transmissor dessas doenças.
E quais são as medidas de prevenção?
Infelizmente, até o momento, não há vacina ou antiviral específico para a Febre Oropouche. O tratamento é sintomático, focado em aliviar os sintomas com medicamentos e hidratação.
As medidas de prevenção da febre equivalem às de outras doenças transmitidas por meio da picada de mosquito.
Recomenda-se evitar o acúmulo de água parada, que é um ambiente propício para a reprodução dos mosquitos. Além disso, é aconselhável se proteger utilizando repelentes, roupas de manga longa e telas de proteção em janelas e portas para prevenir a entrada de mosquitos nas residências.
A FVS-AM faz um apelo à população para que notifique as autoridades de saúde sobre qualquer suspeita de casos da doença. Isso permite que medidas de contenção sejam tomadas rapidamente, contribuindo para o controle do vírus.