‘Nova’ doença transmitida por vírus tem 1º caso confirmado no Rio

Assim como a dengue, a Febre Oropouche costuma gerar dor atrás dos olhos, dor nas articulações, febre e dor de cabeça; saiba tudo

01/03/2024 16:33

A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) registrou na quinta-feira, 29, o primeiro caso de Febre Oropouche no estado.

O paciente é um homem de 42 anos que, até o momento, vive no bairro de Humaitá, na zona sul da capital carioca.

Rio de Janeiro confirma primeiro caso de Febre Oropouche
Rio de Janeiro confirma primeiro caso de Febre Oropouche - reprodução/Fiocruz

Aumento de casos no Amazonas

O homem diagnosticado com a febre tem histórico de viagem para o Amazonas, onde a doença tem registado um aumento expressivo de casos. Portanto, o caso está sendo considerado como “importado”, ou seja, trazido de fora, pela SES-RJ

Apenas na primeira quinzena deste ano, ou seja, no mês de janeiro, o Amazonas confirmou mais da metade do número de casos de Febre Oropouche registrados em todo o ano de 2023.

No total, já foram registrados 1.674 casos da doença no Amazonas desde o início de janeiro, contra 995 de janeiro a dezembro de 2023. A Fundação de Vigilância em Saúde do Estado (FVS) teve que emitir um alerta epidemiológico diante desse cenário.

O que é a Febre Oropouche?

A Febre Oropouche é uma doença causada pelo vírus oropouche (OROV). O vírus, de origem silvestre, é transmitido principalmente pela picada do mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.

Apesar disso, uma das espécies de pernilongo, o Culex, também pode transmitir a doença. O mosquito maruim é o principal vetor de transmissão da Febre Oropouche.

O arbovírus possui dois ciclos de transmissão: selvagem e urbano. No ciclo selvagem, ele circula em áreas de mata entre animais como macacos e bichos-preguiça, enquanto no ciclo urbano ele infecta humanos.

Embora a transmissão não ocorra pelo mesmo mosquito, é comum que arbovírus causem sintomas semelhantes, como é o caso da dengue e da Febre Oropouche.

Sintomas da Febre Oropouche

  • Dor atrás dos olhos;
  • Dor nas articulações;
  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Erupções cutâneas;
  • Náuseas e vômitos;
  • Diarreia.

Na Febre Oropouche, esse sintomas costumam durar entre dois e sete dias. Assim como acontece na dengue, não há tratamento para o vírus da febre.

Portanto, os cuidados se concentram no alívio dos sintomas, que podem ser feitos através do uso de analgésicos (remédios para dor) e antitérmicos (para a febre), sempre sob acompanhamento médico.

Doenças transmitidas por mosquitos continuam a preocupar no Brasil

A Febre Oropouche não é a única doença transmitida por mosquitos que preocupa autoridades de saúde e a população brasileira.

Recentemente, o Brasil atingiu a marca de 1 milhão de casos de dengue, com 214 óbitos confirmados. Especialistas alertam para a necessidade de intensificar as ações de prevenção e controle do mosquito transmissor dessas doenças.

E quais são as medidas de prevenção?

Infelizmente, até o momento, não há vacina ou antiviral específico para a Febre Oropouche. O tratamento é sintomático, focado em aliviar os sintomas com medicamentos e hidratação.

As medidas de prevenção da febre equivalem às de outras doenças transmitidas por meio da picada de mosquito.

Recomenda-se evitar o acúmulo de água parada, que é um ambiente propício para a reprodução dos mosquitos. Além disso, é aconselhável se proteger utilizando repelentes, roupas de manga longa e telas de proteção em janelas e portas para prevenir a entrada de mosquitos nas residências.

A FVS-AM faz um apelo à população para que notifique as autoridades de saúde sobre qualquer suspeita de casos da doença. Isso permite que medidas de contenção sejam tomadas rapidamente, contribuindo para o controle do vírus.