Nova variante da covid-19, Kraken é ainda mais contagiosa

Nova variante está associada ao aumento significativo de internações no nordeste dos Estados Unidos

Enquanto o mundo olha para a China, devido à grave nova crise sanitária de proporções catastróficas por conta da covid-19, os cientistas alertam para uma nova subvariante da Ômicron, a Kraken, que está associada ao aumento significativo de casos no nordeste dos Estados Unidos na última semana de 2022.

Devido ao enorme potencial do XBB.1.5 para infectar pessoas que já adquiriram imunidade por meio de vacinas e infecção natural, os geneticistas começaram a chamá-lo não oficialmente de ‘Kraken’, o mítico monstro marinho da Noruega.

Nova variante da covid-19, Kraken é ainda mais contagiosa
Créditos: wildpixel/iStock
Nova variante da covid-19, Kraken é ainda mais contagiosa

A XBB.1.5 está sendo descrita pelos cientistas como a variante de fuga mais evasiva da imunidade até o momento e aparentemente está se espalhando muito mais rápido do que as variantes anteriores, causando um aumento nas hospitalizações em várias cidades nos EUA.

De acordo com o Centro de Controlo de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, estados como Pensilvânia, Nova York, Vermont, Nova Jersey, Conecticut e Massachussets registraram uma alta de 75% de internações pela nova variante da covid-19 nas últimas semanas.

Segundo o biólogo canadense T. Ryan Gregory, cada vez que o vírus se replica dentro de uma célula e copia seu material genético, há uma chance de que um erro seja introduzido na sequência genética. “Com o tempo, essas mutações se acumulam e podem dar origem a variantes com propriedades diferentes . Essas novas variantes podem se espalhar mais rapidamente ou escapar do sistema imunológico que aprendeu a reconhecer versões anteriores do vírus”.

Mortos por covid-19 lotam crematórios na China

Mortos por Covid-19 lotam crematórios na China
Créditos: reprodução
Mortos por Covid-19 lotam crematórios na China

Primeiro país a sentir os efeitos da pandemia da Covid-19, a China revive um nova crise sanitária de proporções catastróficas. De acordo com o epidemiologista chinês Eric Feigl-Ding, da ONU, a multiplicação dos casos se deve, sobretudo, ao fim das restrições instituídas pelo governo, que tem causado a lotação dos hospitais e resultado em uma explosão nos serviços funerários”.

Chefe da Força-Tarefa Covid no Instituto de Sistemas Complexos de New England, e cofundador da Rede Mundial de Saúde e membro de um comitê sobre Covid na ONU, Feigl-Ding alega que as notícias divulgadas são baseadas em informações de hospitais e funerárias chinesas, que diante do novo estágio pandêmico estariam usando refrigeradores para conservar os corpos. Isso porque, de acordo com autoridade sanitária, a maior funerária de Pequim não atende a demanda atual, o tem gerado atraso de 20 dias.

“O tempo de duplicação do vírus na China pode não ser mais de dias, mas de horas”, afirmou Eric Feigl-Ding. “As consequências econômicas globais (…) serão feias”.

Publicações especializadas como a renomada Nature sugerem que, por conta do fim do programa ‘covid zero’, um milhão de chineses serão vítimas fatais da doença nos próximos meses. Outro relatório da Universidade de Hong Kong estima um cenário semelhante.

Causas da emergência sanitária na China

Em meio aos motivos que levaram o país asiático a viver uma nova catástrofe, o principal fator se deve à resistência de idosos à vacinação e à defasagem da primeira composição de vacinas, que não atendem às demandas da variante Omicron. Embora 89% da população esteja vacinada com as duas doses, números da Organização Mundial da Saúde relatam que apenas 57% receberam o reforço.

Mas, calma!

A explosão de novos casos e mortes, no entanto, é descartada em outros países com maior cobertura vacinal,  segundo o vice-presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Alexandre Naime.”A população global está muito melhor imunizada do que a chinesa”. “Nossa lição é dar as doses de reforço. Na China, será redução de danos”, diz.

Remédio injetável contra Covid-19 no Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou no último dia 15 de dezembro o uso de dexametasona, um remédio que trata desde problemas reumáticos inflamatórios a alergias, para o tratamento da forma grave da Covid-19.

O tratamento é indicado apenas em casos de pacientes graves (com saturação de oxigênio < 90% em ar ambiente, sinais de pneumonia, sinais de desconforto respiratório grave) ou em situação crítica (necessidade de tratamento de manutenção da vida, síndrome do desconforto respiratório agudo, sepse, choque séptico).