Novo exame de fezes que usa IA pode detectar 90% dos casos de câncer de intestino
Teste desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Genebra usa inteligência artificial para identificar alterações na microbiota intestinal
A colonoscopia é considerada o padrão-ouro para detectar tumores colorretais, mas seu caráter invasivo faz com que muitas pessoas adiem ou evitem o exame. Para mudar esse cenário, cientistas da Universidade de Genebra criaram um exame de fezes capaz de detectar até 90% dos casos de câncer de intestino, oferecendo uma alternativa prática e de baixo custo.
Como o exame funciona
O estudo, publicado na revista Cell Host & Microbe, utilizou inteligência artificial para mapear a microbiota intestinal e identificar desequilíbrios característicos de lesões pré-cancerosas e tumorais. Segundo os pesquisadores, o desempenho do teste se aproxima da eficácia da colonoscopia, que é de cerca de 94%, mas sem a necessidade de sedação ou procedimentos invasivos.
Os testes foram realizados inicialmente em laboratório, e agora um ensaio clínico está em andamento nos Hospitais Universitários de Genebra. O objetivo é confirmar a precisão em diferentes estágios da doença e tornar o exame uma ferramenta de triagem de rotina, acessível para rastreamento em larga escala.
O câncer de intestino é um dos mais incidentes no Brasil, com estimativa de 45 mil novos casos entre 2023 e 2025, segundo o INCA. Quando diagnosticado cedo, principalmente na fase de pólipos, as chances de cura são muito altas.
Fique atento aos sinais
- Presença de sangue nas fezes
- Alterações no hábito intestinal (prisão de ventre ou diarreia persistente)
- Dores ou cólicas abdominais
- Perda de peso inexplicável
- Fraqueza e fadiga constante
Apresentar estes sintomas não significa necessariamente que você tem câncer, outras condições também podem provocá-los, mas é importante que estes sinais sejam investigados.
Estilo de vida também conta
Embora esse tipo de câncer seja mais comum após os 50 anos, os casos entre jovens adultos vêm crescendo de forma alarmante. Estudos apontam fatores como dieta rica em ultraprocessados, sedentarismo, obesidade e exposição a microplásticos como possíveis causas.
Outros fatores de risco estão associados a condições genéticas ou hereditárias, como doença inflamatória intestinal crônica e histórico pessoal ou familiar de adenoma ou câncer colorretal, e ocupacionais, como exposição a radiações, por exemplo, raios X e gama.