O que explica a nova onda de covid na Europa?
Nas últimas semanas, diagnósticos positivos da doença dispararam em alguns países
Alguns países da Europa voltaram a ver um número crescente de infecções por covid-19 na últimas semanas. É o caso do Reino Unido, Holanda, Suíça, Itália e Alemanha.
Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, que monitora a propagação da doença no mundo, na Alemanha, o número de infecções diárias por covid passou de 67 mil no dia 6 de março para 237 mil no dia 11.
Mas o que explica essa nova onda de contaminações em países europeus?
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A resposta é, segundo muitos especialistas, multifatorial e envolve o afrouxamento de medidas restritivas, avanço de sublinhagens da Ômicron e esquema vacinal incompleto.
A pressa em afrouxar as restrições já fez muitos países abandonarem a obrigação do uso de máscaras em ambientes externos e internos e, mesmo com a alta de casos, os governos não demonstram inclinação par reimpor as restrições.
O ministro da Saúde holandês, Ernst Kuiper, anunciou que o governo reduzirá ainda mais as regras a partir da próxima quarta-feira. A obrigação de máscara no transporte público passará a não existir mais, os funcionários não serão mais incentivados a adotarem o homem office e testes negativos de covid não serão mais necessários para entrada em eventos com mais de 500 pessoas.
O Reino Unido abandonou há duas semanas a necessidade de as pessoas com teste positivo para o vírus se isolarem por cinco dias.
Os casos por lá aumentaram 48% na semana passada em comparação com a semana anterior.
Nesta semana, a França também suspendeu a maioria das restrições, abolindo a necessidade de usar máscaras na maioria dos ambientes e permitindo que pessoas que não foram vacinadas voltem a restaurantes, arenas esportivas e outros locais.
Já a Alemanha pode ver a remoção da maioria das medidas de proteção a partir de domingo. As pessoas só serão obrigadas a usar máscaras em hospitais, centros de saúde e transportes públicos.
O ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, que é um epidemiologista formado em Harvard – está pressionando contra uma abertura generalizada e pediu aos estados federais que reavaliem as regras antes de as derrubarem.
“Estamos em uma situação que eu gostaria de descrever como crítica”, disse Lauterbach na coletiva de imprensa semanal sobre coronavírus em Berlim na sexta-feira. “Temos números de casos fortemente crescentes novamente. […] Eu continuo lendo que a variante Ômicron é uma variante mais suave, mas isso só é verdade até certo ponto.”
Vírus está entre nós
Além desse afrouxamento de medidas, há o avanço da subvariante da Ômicron, BA.2, que também pode estar impulsionando o aumento dos casos positivos.
Um estudo dinamarquês apontou que a BA.2 é ainda mais transmissível que a Ômicron original, além de possuir propriedades imunoevasivas, capazes de infectar mais pessoas vacinadas.
Essa subvariante conta ainda com outra vantagem: mutações que dificultam sua detecção em testes PCR, o padrão-ouro para identificação de casos positivos de covid-19.
No Brasil, a BA.2 já foi identificada em pelo menos quatros estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Santa Catarina.
Situação parecida com a da Europa vive a China, que – por conta de sua tolerância zero contra a covid-19 – chegou a decretar lockdown em algumas localidades. Leia no link abaixo.