Novo remédio experimental reduz em 99% a carga viral da covid-19

Em teste em animais, o tratamento intravenoso conseguiu atacar o genoma do novo coronavírus e impedir sua replicação

20/05/2021 10:28

Um estudo liderado por cientistas da Universidade de Griffith, na Austrália, e do centro de pesquisas americano City of Hope está trazendo uma nova esperança aos esforços contra a covid-19. A equipe desenvolveu um novo remédio experimental que, em testes em camundongos, foi capaz de reduzir a carga viral do coronavírus em 99,9%.

A pesquisa foi publicada na revista científica Molecular Therapy.

O tratamento funciona com pequenos pedaços de RNA que podem se ligar especificamente ao genoma do vírus, fazendo com que o genoma “não funcione mais” e as células o destruam.

Novo remédio experimental contra a covid-19 reduz carga viral em 99,9%
Novo remédio experimental contra a covid-19 reduz carga viral em 99,9% - Dr_Microbe/istock

Nos ensaios, os pesquisadores criaram nanopartículas constituídas por lípidos (LNPs), que correspondem à mesma tipologia de nanopartícula presente nas vacinas da Moderna e da Pfizer contra a covid-19.

Posteriormente, os investigadores injetaram a substância na veia de camundongos infetados pelo SARS-CoV-2, com o intuito de que a droga percorresse a corrente sanguínea dos bichos até atingir os pulmões, que é um dos órgãos mais afetados pela doença, e lá destruísse o genoma do novo coronavírus, impossibilitando assim a sua reprodução.

Fármaco intravenoso foi capaz de impedir a multiplicação do coronavírus nas células
Fármaco intravenoso foi capaz de impedir a multiplicação do coronavírus nas células - reprodução/YouTube/Griffith University

De acordo com Nigel McMillan, líder da pesquisa e diretor do Programa de Doenças Infeciosas e Imunologia do MHIQ, a droga isola e combate especificamente o genoma do coronavírus SARS-CoV-2, sem causar efeitos colaterais.

Segundo o pesquisador, o uso da terapia em camundongos infectados aumentou a sobrevivência dos animais. “Notavelmente, em sobreviventes tratados, nenhum vírus foi detectado nos pulmões”, destacou McMillan.

Os resultados preliminares são animadores, mas vale dizer que o fármaco ainda não foi testado em seres humanos.