Nutella se defende contra acusações de ingrediente causar câncer

Após autoridades europeias listarem o óleo de palma como cancerígeno, a italiana Ferrero, que faz a Nutella, lançou uma campanha para garantir a segurança do ingrediente usado no produto, que corresponde por cerca de um quinto do faturamento da empresa.

Em maio deste ano, a “European Food Standards Authority”, órgão europeu que fiscaliza alimentos, alertou que o óleo de palma (conhecido no Brasil como azeite de dendê), usado como ingrediente da Nutella, pode causar câncer. Desde então, vários supermercados pararam de vender o produto.

Após a polêmica, vários estabelecimentos pararam de vender a Nutella

Agora, a Ferrero se pronunciou e afirmou que não há riscos de câncer. O óleo de palma sempre foi muito polêmico, principalmente porque pode se tornar perigoso ao ser aquecido a mais de 200°C. Quando atinge essa temperatura, o ingrediente libera ácidos graxos, que podem ser cancerígenos.

No entanto, a companhia italiana defende que o óleo não chega a atingir 200°C na fabricação da Nutella. Além disso, a pressão é mantida baixa, o que faz com que o processo seja mais lento e 20% mais caro.

A empresa utiliza 185 mil toneladas de óleo de palma anualmente para fabricar o produto. De acordo com informações da “Reuters”, outros óleos poderiam ser usados na receita, mas isso causaria um grande aumento de custo: seriam US$ 22 milhões a mais todos os anos.

O gerente de compras da companhia, Vincenzo Tapella, disse à agência que o óleo de palma não deixará de ser usado na fórmula. “Fazer a Nutella sem o óleo resultaria em um produto de qualidade inferior. Seria um retrocesso”, ressaltou.