O problema de sono que eleva em 50% as chances de ansiedade e pode levar a burnout
A insônia prejudica a capacidade do corpo e da mente de se recuperarem, afetando diretamente o sistema nervoso
O fim de ano é um período marcado por compromissos, metas a serem concluídas e festas, mas também pode trazer uma carga extra de estresse. Esse aumento de pressão, combinado com noites mal dormidas, cria o ambiente perfeito para o surgimento ou agravamento de ansiedade e até mesmo do burnout, um estado de esgotamento físico, mental e emocional causado pelo excesso de responsabilidades profissionais.
Um estudo publicado em 2022 no JAMA Psychiatry apontou que a insônia eleva a chance de desenvolver transtornos de ansiedade em 50%. Esta relação bidirecional cria um círculo vicioso no qual o estresse e as angústias cotidianas dificultam o sono e a falta de descanso, por sua vez, intensifica os sinais de burnout.
No Brasil, cerca de 30% enfrentam essa condição, de acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT). Entre 2020 e 2023, o número de afastados pela síndrome quadruplicou no país.
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Ainda no último ano, o INSS registrou 421 benefícios relacionados à doença, o que representa um aumento de mais de 1000% em comparação com 2014.
“Encerrar um ano é também fechar um ciclo e isso pode trazer um acúmulo de cansaço, frustrações e obrigações. Por conta disso, os riscos de burnout crescem, muitas vezes levando à insônia, pois pessoas em estado de exaustão tendem a ficar em constante alerta, o que dificulta o seu relaxamento. Por outro lado, isso pode intensificar o estresse, afetando o bem-estar emocional e o desempenho profissional”, explica Matias Burstien, CEO e fundador da SleepCalm.
Ele reforça ainda a importância do repouso para a saúde: “Durante o nosso descanso, o corpo se regenera, a memória é consolidada e o sistema imunológico é fortalecido. A sua ausência pode causar irritabilidade, dificuldade de concentração, queda no desempenho e, a longo prazo, aumentar a chance de doenças como diabetes e problemas cardiovasculares. Assim, cuidar melhor do sono pode ajudar na recuperação ou até mesmo na prevenção da síndrome de burnout, especialmente no de final de ano”, completa.
Sinais de burnout
- Exaustão extrema: sentir-se constantemente cansado, sem energia, mesmo após períodos de descanso adequado, pode ser um sinal de burnout.
- Despersonalização: sentir-se desconectado emocionalmente do trabalho, colegas e clientes, e desenvolver uma atitude cínica em relação às responsabilidades profissionais.
- Diminuição do desempenho: experimentar uma queda significativa no desempenho no trabalho, dificuldade em cumprir prazos e realizar tarefas que antes eram realizadas com facilidade.
- Sintomas físicos e emocionais: manifestações físicas como dores de cabeça, dores musculares, insônia, irritabilidade e ansiedade podem estar relacionadas ao burnout.
Dicas para prevenir o burnout de fim do ano
- Priorize o descanso: reserve tempo diário para relaxar e se desconectar.
- Estabeleça limites: evite sobrecarregar a sua agenda e aprenda a dizer “não”.
- Cuide da alimentação: opte por uma dieta equilibrada que forneça energia e nutrientes essenciais para encarar o dia a dia.
- Pratique exercícios físicos: a atividade regular reduz o estresse e melhora a qualidade do sono e o humor.
- Conecte-se com a natureza: momentos ao ar livre ajudam a aliviar tensões e renovar as energias.