O que a ceia de Natal faz com seu corpo nas primeiras horas

Nutricionista explica todas as etapas pelas quais a comida passa logo após os exageros da comilança

Até a pessoa mais controlada na alimentação acaba se entregando aos exageros das festas de fim de ano. Mas já parou para imaginar em quanto o corpo tem que trabalhar para digerir toda a comida adicional da ceia?

A nutricionista Signe Svanfeldt explicou em suas redes sociais o que acontece hora a hora depois de consumir os assados e doces presentes na mesa de muita gente nessa época.

Corpo precisa de um trabalho extra para digerir toda a comida consumida na ceia
Créditos: SolStock/istock
Corpo precisa de um trabalho extra para digerir toda a comida consumida na ceia

Primeira hora

Segundo ela, uma hora depois das primeiras mordidas do jantar é quando absorvemos a maior parte dos nutrientes da comida.
“Enzimas em nossa boca começam a quebrar algumas partes do jantar de natal antes de chegarem ao estômago”, explica Signe.

Quando chega ao estômago, é onde a maioria das gorduras, proteínas e carboidratos são decompostos em moléculas menores. “Essas moléculas menores são transportadas para o intestino delgado, onde nosso corpo absorve os nutrientes”, diz a especialista.

Ela ainda explica que a glicose, encontrada em batatas assadas, recheios e pudins, é absorvida e usada como energia. Já as carnes são decompostas em proteína e usada para a reparação muscular.

E a gordura obtida do molho e da carne de porco, por exemplo, é usada para ajudar o corpo a absorver a vitamina A, vitamina D e vitamina E de outros alimentos.

Atividade após a ceia determina se os alimentos serão usados como energia ou se serão armazenados em forma de gordura
Créditos: sefa ozel/istock
Atividade após a ceia determina se os alimentos serão usados como energia ou se serão armazenados em forma de gordura

Segunda hora

Na segunda hora após o jantar, os nutrientes dos alimentos são transportados pela corrente sanguínea para suas “respectivas tarefas no corpo”, segundo a nutricionista. “Quando digerimos e absorvemos a comida, nosso açúcar no sangue sobe. Se comermos mais fibras, proteínas e gorduras, juntamente com carboidratos, a absorção é mais lenta em comparação com o açúcar simples, como chocolates e doces”, diz ela.

Nessa segunda hora é quando a ceia é processada para ser usada como energia para as células ou para ser armazenada como gordura. O que irá determinar é a atividade após o jantar. Se a pessoa sai para caminhar após comer, é mais provável que a comida seja usada como energia. Por outro lado, cair no sofá logo após o jantar pode resultar em armazenamento de gordura.

Mas, como observou Signe, a ceia de Natal – especialmente o pudim – tende a nos deixar muito cansados, apesar de nos dar muita energia.

“O jantar de Natal e o pudim são tipicamente ricos em açúcar , então podem levar a um aumento rápido e a uma queda repentina nos níveis de açúcar no sangue, o que pode nos deixar ainda mais cansados.”

Terceira hora

A partir da terceira hora, a comida que não foi absorvida ou digerida começa a ser direcionada do trato gástrico para o cólon.

A partir da quarta hora

E entre a quarta hora e cerca de 12 horas após o jantar, os alimentos que não foram absorvidos ou usados ​​como nutrientes estão prontos para deixar o corpo. “O tempo que o alimento leva para sair do corpo é muito individual, podendo variar também de acordo com o tipo de alimentação que você ingere no jantar”, explica a nutricionista.

Portanto, aqueles que comeram muitos vegetais – que são muito ricos em fibras – no jantar têm maior probabilidade de já ter digerido os alimentos a essa altura. Já aqueles que evitaram fibras podem ficar se sentindo um pouco constipados.