O que é a doença celíaca e quais os sintomas
A falta de informação sobre a doença e dificuldade de acesso ao diagnóstico reduzem as possibilidades de tratamento adequado e consequente melhora
A doença celíaca, também conhecida como intolerância ao glúten, é uma condição autoimune crônica do sistema digestivo que ocorre em pessoas geneticamente predispostas. A ingestão de glúten, uma proteína encontrada em cereais como trigo, cevada e centeio, desencadeia uma resposta imunológica no organismo dessas pessoas, atacando o revestimento do intestino.
Quais os sinais e sintomas da doença celíaca?
A condição tem uma ampla gama de sinais e sintomas, que variam de pessoa para pessoa e conforme a gravidade. De acordo com Ministério da Saúde, de modo geral, os sinais podem incluir:
- diarreia
- inchaço abdominal
- cólicas estomacais
- constipação
- dor abdominal
- danos à parede intestinal
- falta de apetite
- baixa absorção de nutrientes
- osteoporose
- anemia
- perda de peso e desnutrição
Formas da doença
Existem três formas de apresentação clínica da doença celíaca:
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Forma clássica (típica): caracteriza-se pela presença de diarreia crônica, em geral acompanhada de distensão abdominal e perda de peso. Também pode haver diminuição do tecido celular subcutâneo, atrofia da musculatura glútea, falta de apetite, alteração de humor (irritabilidade ou apatia), vômitos e anemia.
Esta forma clínica pode ter evolução grave, conhecida como crise celíaca, ocorrendo quando há retardo no diagnóstico e no tratamento, particularmente entre o primeiro e o segundo anos de vida, e frequentemente desencadeada por infecção.
Forma não clássica (atípica): caracteriza-se por quadro mono ou oligossintomático, em que as manifestações digestivas estão ausentes ou, quando presentes, ocupam um segundo plano.
Os pacientes podem apresentar manifestações isoladas, como, por exemplo, baixa estatura, anemia por deficiência de ferro refratária à reposição de ferro por via oral, anemia por deficiência de folato e vitamina B12, osteoporose, artrites, constipação intestinal refratária ao tratamento, irregularidade do ciclo menstrual, abortos de repetição, manifestações psiquiátricas (depressão, autismo, esquizofrenia), úlcera aftosa recorrente, elevação das enzimas hepáticas sem causa aparente, fraqueza, perda de peso sem causa aparente, edema de surgimento abrupto após infecção ou cirurgia e dispepsia não ulcerosa.
Forma assintomática (silenciosa): caracteriza-se por alterações sorológicas e histológicas da mucosa do intestino delgado compatíveis com doença celíaca, na ausência de manifestações clínicas. Esta situação pode ser comprovada especialmente entre grupos de risco para a doença como, por exemplo, parentes de primeiro grau de pacientes celíacos.
Diagnóstico
Muitas vezes, levam-se anos para que as pessoas descubram que sofrem com a doença celíaca. Muitas acabam sendo erroneamente diagnosticadas com síndrome do intestino irritável.
Um dos exames utilizados para diagnóstico é o de sangue que procura anticorpos produzidos por pessoas com doença celíaca quando comem glúten. Para confirmar a doença é necessária biópsia do intestino, por meio de endoscopia digestiva alta.
Tratamento
O tratamento da doença celíaca envolve excluir da dieta os alimentos que contenham glúten. Isso evita danos ao revestimento do intestino e os sintomas associados, como diarreia e dor de estômago.
Como não há cura, a dieta deve ser seguida rigorosamente pele resto da vida.
É importante que os celíacos tenham a orientação e acompanhamento de um nutricionista para ajudá-los a se ajustarem à nova dieta sem glúten e garantir que ela seja balanceada, com todos os nutrientes necessários.