O que é a síndrome de Guillain-Barré e quais os sintomas
A condição pode apresentar diferentes graus, provocando leve fraqueza muscular em alguns pacientes ou casos de paralisia total dos quatro membros
A síndrome de Guillain-Barré é um distúrbio autoimune raro em que o sistema imunológico do corpo ataca erroneamente parte do sistema nervoso, que são os nervos que conectam o cérebro com outras partes do corpo. Esse ataque pode levar a diversos sintomas e, em casos graves, até evoluir para paralisia.
A doença pode afetar pessoas de todas as idades, embora seja mais comum em adultos com mais de 50 anos.
Em geral, a síndrome evolui rapidamente e atinge o ponto máximo de gravidade por volta da segunda ou terceira semana.
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O que causa a síndrome de Guillain-Barré?
Não se conhece bem as causas da condição, mas a maioria dos casos ocorre após uma infecção por vírus ou bactéria.
De acordo com o Ministério da Saúde, a infecção por Campylobacter, que causa diarreia é a mais comum. A incidência anual é de 1-4 casos por 100.000 habitantes e pico entre 20 e 40 anos de idade.
Outras infecções que podem desencadear essa doença incluem Zika, dengue, chikungunya, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, sarampo, vírus de influenza A, Mycoplasma pneumoniae, enterovirus D68, hepatite A, B, C, HIV, entre outras.
Acredita-se que essa infecção aciona o sistema de defesa do organismo para produzir anticorpos contra os micro-organismos invasores.
Só que a resposta imunológica é mais intensa do que seria necessário. Assim, além do agente infeccioso, ataca também a bainha de mielina que reveste os nervos periféricos, causando a doença.
Quais os sintomas de Guillain-Barré?
O primeiro sinal da doença costuma ser uma sensação de dormência ou queimação nas extremidades, começando pelos membros inferiores e, em seguida, superiores.
O sinal mais perceptível, no entanto, é a fraqueza que piora progressivamente ao longo das horas ou dias.
Para algumas pessoas, esses sintomas podem causar paralisia das pernas, braços ou músculos do rosto.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em aproximadamente um terço das pessoas, os músculos do peito são afetados, dificultando a respiração.
Em casos graves, a pessoa também pode ter dificuldade para falar e engolir. Esses casos são considerados potencialmente fatais, com a necessidade de internação em unidades de terapia intensiva.
Ainda segundo a OMS, a maioria das pessoas se recupera totalmente mesmo dos casos mais graves.
Outros sintomas da síndrome de Guillain-Barré podem incluir:
- Visão dupla;
- Fraqueza facial;
- Confusão mental;
- Tremores;
- Sensação de picadas ou alfinetes e agulhas nas mãos e pés;
- Dor que pode ser intensa, principalmente à noite;
- Problemas de coordenação e instabilidade;
- Batimento cardíaco anormal, frequência cardíaca ou pressão arterial;
- Problemas com digestão e/ou controle da bexiga.
Como é o diagnóstico?
O diagnóstico tem como base a avaliação clínica e neurológica, a análise laboratorial do líquido cefalorraquiano (LCR) que envolve o sistema nervoso central. Este fluido contém mais proteínas e menos células imunológicas em pessoas com síndrome de Guillain-Barré.
Em alguns casos, uma ressonância magnética da medula espinhal ou mesmo do cérebro pode ajudar a encontrar outras causas potenciais de fraqueza muscular.
Como é o tratamento da síndrome de Guillain-Barré?
Atualmente, não há cura para a SGB. No entanto, algumas terapias podem reduzir a sua gravidade e encurtar o tempo de recuperação. Existem também várias maneiras de tratar as complicações da doença.
Geralmente, o tratamento inicial envolve internação na unidade de terapia intensiva, onde os médicos monitoram de perto a progressão da fraqueza muscular, respiração e frequência cardíaca.
Dois recursos são bastante utilizados: a plasmaférese (técnica que permite filtrar o plasma do sangue do paciente) e a administração intravenosa de imunoglobulina para impedir a ação dos anticorpos agressores.
A fisioterapia também costuma ser empregada precocemente para manter a funcionalidade dos movimentos.
O Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe de Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para a Síndrome de Guillain Barré que oferece esses tratamentos e a reabilitação.