O que é o Epstein-Barr, vírus diagnosticado em Anitta?

Estudos apontam que a infecção por esse vírus é o gatilho para a esclerose múltipla

05/12/2022 09:32

A cantora Anitta revelou ter sido diagnosticada com o vírus Epstein-Barr, mais conhecido por ser o vírus da mononucleose (doença do beijo) e que também aumenta o risco de esclerose múltipla.

A fala de Anitta sobre o vírus ocorreu durante o lançamento do documentário “Eu”, produzido pela atriz Ludmilla Dayer. No longa, a atriz conta sobre sua luta contra a esclerose múltipla, doença que – segundo ela – teria causada pelo vírus.

anitta

Anitta conta ter sido diagnosticada com o vírus Epstein-Barr

De acordo com Anitta, foi Ludmilla quem a orientou a fazer os exames, por ver que a cantora estava com sintomas semelhantes aos seus e sem um diagnóstico específico. “Por sorte, por destino, eu consegui nem chegar no estágio que a Ludmila chegou”, disse Anitta.

Como ocorre a transmissão?

A transmissão do Epstein-Barr ocorre entre humanos, pelo contato com secreções orais (saliva), como no beijo ou ao compartilhar talheres e canudo; é rara a transmissão através de transfusão sanguínea ou contato sexual.

O período de incubação, ou seja da infecção até a manifestação dos primeiros sintomas é de 30 a 45 dias. Já o período de transmissibilidade pode durar um ano ou mais.

Vírus epstein-barr é transmitido pela saliva
Vírus epstein-barr é transmitido pela saliva - Dr_Microbe/istock

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, essa doença é mais comum entre os jovens de 15 a 25 anos, mas qualquer pessoa está suscetível à contaminação.

Depois da primeira infeção, o vírus permanece no organismo da pessoa e pode voltar a ficar ativo, tornando-a novamente contagiosa.

Sintomas da mononucleose (doença do beijo)

Algumas vezes, a mononucleose não apresenta sintomas, mas quando eles aparecem costumam ser os seguintes:

• Garganta inflamada

• Amídalas inflamadas / vermelhas

• Febre alta

• Fadiga

• Inchaço no pescoço e nas axilas

• Dores de cabeça

• Dores musculares

Diagnóstico

Por ter sintomas parecidos com os de outras infecções (como amidalite bacteriana e gripe), ao notar os sinais, é importante procurar um médico para saber do que se trata. O diagnóstico é clínico, associado a exames de sangue.

A maioria das pessoas se cura em poucas semanas. Mas, em alguns casos mais graves, pode ser necessário o uso de corticoides para tratar complicação como obstrução de vias aéreas, diminuição de plaquetas no sangue com risco de hemorragia ou anemia hemolítica.

Associação com outras doenças

O vírus Epstein-Barr pode ser gatilho para diversas doenças, além da doença do beijo e da esclerose múltipla. Entre elas estão: otites, síndrome de Guillain-Barré, cancro do nariz, da garganta e gástrico, Linfoma de Burkitt, Linfoma de Hodgkin, pneumonia intersticial, pancitopenia (diminuição do número de células do sangue) e uveíte (inflamação da úvea, a camada vascular do globo ocular).