O que significa a pressa ao comer? Um sinal de alerta para o estresse e a fome emocional
Psicologia explica por que comer rápido aumenta o estresse e a culpa
Comer com rapidez é um comportamento frequente na rotina moderna e, muitas vezes, passa sem qualquer questionamento. Em poucos minutos, a refeição termina, quase sempre diante de telas, reuniões ou distrações. Esse ritmo acelerado não afeta apenas o prazer de comer: especialistas em nutrição e psicologia apontam que ele pode estar ligado a níveis elevados de estresse, ansiedade e a um padrão de alimentação que não respeita os sinais naturais do corpo.

O que significa comer rápido com frequência?
O hábito de comer rápido costuma indicar uma desconexão entre corpo e mente durante a refeição. Em vez de perceber o sabor, a textura e o aroma dos alimentos, a atenção fica voltada para preocupações externas, prazos ou conflitos emocionais.
Nesse cenário, a comida pode ser usada como forma de aliviar ansiedade ou cansaço, funcionando como um “atalho” para conforto imediato. Do ponto de vista neurológico, dopamina e serotonina participam dessa dinâmica, sobretudo diante de alimentos muito palatáveis, ricos em açúcares e gorduras.
Confira um vídeo do Dr. Giorelli no Youtube que fala sobre os riscos a saúde ao comer de forma rápida:
Por que o corpo demora a perceber a saciedade?
A sensação de estar satisfeito não surge no momento exato em que o alimento entra na boca, pois depende de sinais hormonais entre intestino, estômago e cérebro. Leptina e grelina ajudam a regular fome e saciedade, e esse processo pode levar cerca de 20 a 25 minutos.
Quando a refeição é feita em poucos minutos, a quantidade ingerida tende a ultrapassar a real necessidade do corpo antes que o cérebro receba o sinal de saciedade. Com o tempo, o estômago pode se distender com mais frequência, aumentando o volume que cabe ali e exigindo porções maiores para gerar a mesma sensação de satisfação.
Quais são os riscos físicos e emocionais de comer rápido?
Os impactos físicos do comer rápido afetam todo o sistema digestivo: mastigação insuficiente, maior produção de ácido gástrico e risco de azia, queimação, gases e má digestão. A longo prazo, esse padrão pode favorecer irritação da mucosa gástrica, lesões e aumento de peso.
No campo emocional, o comer acelerado se mistura com a chamada “fome emocional”, quando o alimento serve para lidar com tristeza, solidão ou frustração. Isso dificulta distinguir o apetite fisiológico do apetite emocional, elevando o risco de compulsão e transtornos alimentares.
- Desconfortos digestivos: azia, estufamento, gases e sensação de peso.
- Ganho de peso: maior ingestão calórica em pouco tempo.
- Risco metabólico: favorecimento de resistência à insulina e alterações no colesterol.
- Sofrimento emocional: culpa, vergonha e perda de controle ao comer.

Como desacelerar na hora de comer no dia a dia?
Reduzir a pressa nas refeições exige ajustes simples, porém consistentes, na rotina, como reservar um horário minimamente protegido para comer. Sentar-se à mesa, afastar telas e evitar tarefas simultâneas ajuda o cérebro a focar na experiência alimentar e reconhecer melhor os sinais do corpo.
Algumas estratégias práticas podem facilitar esse processo de desaceleração e fortalecer uma relação mais consciente com a comida, sobretudo em contextos de estresse e cansaço contínuos.
- Mastigar mais vezes: contar mentalmente algumas mastigações antes de engolir.
- Apoiar os talheres: deixar garfo e faca sobre o prato entre uma garfada e outra.
- Observar o corpo: parar ao perceber conforto, sem chegar à sensação de “estômago estourando”.
- Buscar apoio profissional: em casos de compulsão, sofrimento intenso ou mudanças bruscas de peso.