O sinal que poucos conhecem e pode ser uma complicação do diabetes

Esta alteração é decorrente da cetoacidose diabética, que é mais comum em pacientes com diabetes tipo 1

Por Silvia Melo em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
11/02/2025 11:33 / Atualizado em 12/02/2025 19:47

O diabetes é uma condição crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Além dos sintomas mais conhecidos, como sede excessiva, fadiga e necessidade frequente de urinar, alguns sinais menos comuns podem indicar complicações dessa doença. Um desses sinais pouco discutidos é o odor desagradável no corpo ou no hálito, que pode ser um alerta para problemas mais sérios relacionados ao metabolismo da glicose.

Odor corporal e diabetes: qual a relação?

O organismo de pessoas com diabetes descompensado pode apresentar dificuldades no processamento adequado da glicose, levando a um estado conhecido como cetoacidose diabética (CAD), que é mais comum em pacientes com diabetes mellitus tipo 1.

Essa condição ocorre quando o corpo, por falta de insulina suficiente para utilizar a glicose como fonte de energia, começa a queimar gordura, gerando compostos chamados corpos cetônicos. Um dos principais corpos cetônicos é a acetona, que possui um odor característico semelhante ao de frutas fermentadas ou removedor de esmalte.

Além da cetoacidose, o aumento de glicose no sangue pode levar à proliferação de bactérias e fungos na pele, contribuindo para odores desagradáveis. O suor e a urina também podem apresentar um cheiro mais intenso, especialmente em casos de diabetes descontrolado.

O hálito também pode ter um odor incomum e adocicado, frequentemente descrito como semelhante a frutas estragadas.

Cheiro característico pode ser sinal de complicação de diabetes
Cheiro característico pode ser sinal de complicação de diabetes - ArLawKa AungTun/istock

Como prevenir e controlar o odor corporal relacionado ao diabetes?

O melhor método para evitar o surgimento de odores desagradáveis associados ao diabetes é manter um controle rigoroso dos níveis de glicose no sangue. Algumas práticas essenciais incluem:

  • Monitoramento constante da glicose: o acompanhamento regular dos níveis de açúcar no sangue ajuda a evitar picos glicêmicos que podem desencadear cetoacidose e infecções.
  • Hidratação adequada: beber bastante água auxilia na eliminação de toxinas e corpos cetônicos do organismo, reduzindo odores indesejáveis.
  • Alimentação equilibrada: dietas ricas em fibras, proteínas magras e gorduras saudáveis contribuem para um metabolismo mais eficiente.