Obstrução intestinal: entenda o quadro e os riscos da condição de Bolsonaro
Médicos descartam cirurgia, mas presidente continuará internado para tratamento; saiba mais sobre a condição
Após dias com soluço persistente, o presidente Jair Bolsonaro foi internado e diagnosticado com obstrução intestinal. Inicialmente, os médicos consideraram realizar uma cirurgia de emergência, porém, de acordo com o último boletim do Hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo, o presidente seguirá com tratamento clínico conservador, sem necessidade de procedimento cirúrgico.
Obstrução intestinal
A obstrução intestinal é um problema que ocorre quando algo bloqueia os intestinos, seja o intestino grosso ou o intestino delgado. Se o sistema digestivo parar de funcionar, a pessoa fica impossibilitada de evacuar ou expelir gases.
No caso de Bolsonaro, a condição pode ter alguma relação com as cirurgias realizadas no passado. Esses procedimentos podem ter causado as chamadas aderências, que é quando partes do intestino ficam coladas, o que poderia impedir a passagem do conteúdo pelo intestino.
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O problema pode ainda ser causado por tumores, hérnias, diverticulites, cálculo biliar, entre outras condições.
De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo e professor de cirurgia da Universidade Positivo, Christiano Claus, a tomografia de abdômen é a melhor forma de diagnóstico. “Muitas vezes, é capaz de dar o diagnóstico preciso e também da causa da obstrução, como uma hérnia, aderência ou tumor”, afirma o especialista.
Sintomas de obstrução intestinal
Os sinais de bloqueio intestinal dependem da gravidade da obstrução. Mas quase sempre vem com dor de barriga, geralmente ao redor do umbigo, e cólicas. A pessoa também pode se queixar falta de apetite, náusea ou vômito e barriga inchada e dura.
Tratamento
O tratamento pode ser diferente de acordo com o tipo e gravidade do caso, segundo o cirurgião Christiano Claus. Ele explica que existe a obstrução total e a obstrução parcial de intestino, chamada de suboclusão.
“Nos casos das totais invariavelmente ocorre um bloqueio completo da possibilidade do trânsito intestinal, exigindo cirurgia. Nos casos de obstrução parcial, o paciente pode ter uma solução sem necessidade de operar”.
Nesses casos, o tratamento é realizado com o uso de medicamentos e outros procedimentos.
Clauss explica que, para aliviar os sintomas, geralmente, o estômago do paciente é esvaziado com o uso de uma sonda, com o objetivo de reduzir os vômitos. “Além disso, é importante manter o jejum, fazer reposição hidroeletrolítica endovenosa e o uso de antibióticos para evitar infecções”.
A partir da realização do exame que se define a necessidade ou não da cirurgia e a complexidade do caso, o principal cuidado é evitar para que a obstrução evolua para uma isquemia, que pode levar a uma piora significativa do caso, segundo o cirurgião.