OMS alerta para nova onda de infecções e mortes por covid-19 no mundo
Falha na distribuição de vacinas a países pobres fará a pandemia se arrastar, causando ainda mais turbulência no mundo, segundo diretor da OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) chamou atenção nesta quarta-feira, 21, para uma possível nova onda de infecções e mortes por covid-19 no mundo. O alerta foi feito pelo diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus em diálogo com integrantes do Comitê Olímpico Internacional em Tóquio.
“Dezenove meses após o início da pandemia e sete meses desde que as primeiras vacinas foram aprovadas, estamos agora nos estágios iniciais de outra onda de infecções e mortes”, afirmou.
Tedros Adhanom apontou para a falha global em compartilhar vacinas, testes e tratamentos. “As vacinas são ferramentas poderosas e essenciais. Mas o mundo não as usou bem ”, disse ele.
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Segundo Tedros, 75% de todas as doses da vacina – mais de 3,5 bilhões de injeções – foram administradas em apenas 10 países, enquanto apenas 1% das pessoas nas nações mais pobres receberam pelo menos a primeira dose.
O diretor-geral da OMS reforçou que a pandemia seguirá até que a doença seja controlada por todos os países. “A pandemia é um teste e o mundo está falhando”, disse.
Ele também lembrou que enquanto alguns países com recursos estão reabrindo, outros se fecham em tentativa de retardar a transmissão do coronavírus.
“Isso não é apenas um ultraje moral, também é epidemiológica e economicamente autodestrutivo”, disse Tedros, acrescentando que quanto mais a pandemia se arrastar, mais turbulência socioeconômica ela trará.
Variante Delta é ameaça importante
Na semana passada, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) já tinha alertado para o “ritmo arrasador” da variante Delta da covid-19. Na ocasião, ele disse que ela deverá ser a cepa dominante do coronavírus em todo o mundo.
Pela primeira vez identificada na Índia, a variante Delta é, segundo estudos, a mais transmissível de todas. Tedros alertou para o risco de essa variante se espalhar em países onde as vacinas não chegam, o que pode, segundo ele, gerar “ondas catastróficas de casos” de covid-19, em “surtos devastadores”.