Os níveis de colesterol podem estar associados a um risco 60% maior de demência
Pesquisa descobre que as flutuações no colesterol total e no colesterol LDL são os principais vilões
Um estudo preliminar revela que oscilações significativas de ano para ano nos níveis de colesterol podem ser um sinal de alerta precoce de declínio cognitivo iminente ou demência.
A descoberta vem de uma pesquisa com quase 10.000 adultos mais velhos, oferecendo uma nova perspectiva sobre a complexa relação entre a saúde cardíaca e a função cerebral.
Embora os médicos tenham monitorado os níveis de colesterol há muito tempo como um sinalizador da saúde cardiovascular, esta pesquisa sugere que a estabilidade desses níveis ao longo do tempo pode contar uma história igualmente importante sobre a saúde cognitiva.
Por dentro do estudo
No estudo, os pesquisadores queriam ver se flutuações não intencionais no colesterol de um ano para o outro estavam relacionadas a um declínio cognitivo mais rápido ou ao desenvolvimento de demência do que níveis estáveis de colesterol.
Colesterol total, LDL (colesterol “ruim”), HDL (colesterol “bom”) e triglicerídeos foram medidos no início do estudo e durante cada visita anual durante os três primeiros anos do estudo.
Pessoas que começaram ou interromperam medicamentos hipolipemiantes durante o período de medição do estudo foram excluídas da análise. Os participantes tinham pelo menos 65 anos de idade, sem histórico prévio de eventos cardiovasculares, demência ou problemas cognitivos.
Resultados
Após mais de cinco anos de acompanhamento, as pessoas com a maior variação no colesterol total tinham 60% mais probabilidade de desenvolver demência e 23% mais probabilidade de apresentar declínio cognitivo do que aquelas com a menor variabilidade.
Aquelas com a maior variabilidade no colesterol LDL (ruim) tinham 48% mais probabilidade de desenvolver demência e 27% mais probabilidade de apresentar declínio cognitivo do que seus pares com a menor variabilidade.
Curiosamente, as mudanças no colesterol “bom” ou triglicerídeos (o tipo mais comum de gordura no seu corpo) não mostraram a mesma conexão preocupante com a saúde do cérebro.
O risco foi maior entre pessoas cujo colesterol ficou cada vez mais instável à medida que subia do que para aquelas cujas flutuações diminuíram de forma constante, mostrou o estudo.
No entanto, as descobertas não devem ser mal interpretadas para sugerir que as pessoas evitem reduzir os níveis de colesterol que estão muito altos, alertaram os pesquisadores.
Eles lembram que reduzir os níveis de colesterol é uma maneira de reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
Apesar das descobertas, os autores destacaram que o estudo observacional não conseguiu mostrar que as flutuações no colesterol causavam demência, apenas que as duas condições estavam relacionadas.