Os suplementos que podem danificar seu fígado

Sem suspeitar, muitas pessoas podem estar colocando a saúde do fígado em risco ao consumir suplementos de ervas

Por Silvia Melo em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
14/03/2025 17:44

Um estudo de 2022 publicado no periódico Liver Transplantation descobriu que a insuficiência aguda do fígado induzida por medicamentos associada a suplementos fitoterápicos e dietéticos aumentou oito vezes de 1995 a 2020.

Isso não significa que você precisa jogar fora imediatamente seu pó de proteína ou cápsulas de vitamina D. Os suplementos alimentares podem, de fato, ajudar você a atender às suas necessidades diárias de nutrientes essenciais e melhorar ou manter sua saúde geral, mas alguns vêm com riscos.

No ano passado, pesquisadores da Universidade de Michigan estimaram que 15,6 milhões de americanos consomem produtos que contêm pelo menos um desses seis ingredientes botânicos associados a danos no fígado:

  • Cúrcuma
  • Chá verde
  • Ashwagandha (ginseng indiano)
  • Garcinia cambogia
  • Arroz vermelho fermentado
  • Cimicifuga preta

O estudo, publicado no JAMA Network Open, analisou dados de uma pesquisa para investigar o uso desses seis suplementos herbais comuns. Em pesquisas anteriores, cientista já haviam encontrado associação entre esses suplementos e lesões hepáticas.

A pesquisa descobriu que a maioria das pessoas que tomam esses suplementos o fazem sem a recomendação de um profissional de saúde.

Os suplementos alimentares que você acha que estão melhorando sua saúde podem estar danificando seu fígado, alerta pesquisa
Os suplementos alimentares que você acha que estão melhorando sua saúde podem estar danificando seu fígado, alerta pesquisa - Kajdi Szabolcs/istock

Muitos usuários relataram tomar os produtos para melhorar ou manter sua saúde, prevenir problemas de saúde ou aumentar a imunidade.

Por exemplo, a maioria dos usuários de cúrcuma a toma para a saúde das articulações ou artrite, enquanto Garcinia cambogia é usada principalmente para perda de peso.

Acontece que, ao contrário dos medicamentos prescritos, os suplementos de ervas não são estritamente regulamentados por agências reguladoras. Essa falta de supervisão, segundo o estudo, significa que os fabricantes não precisam provar que seus produtos são seguros ou eficazes antes de colocá-los no mercado.

Além disso, o conteúdo desses suplementos pode variar amplamente entre marcas e até mesmo entre lotes do mesmo produto.

Os pesquisadores enfatizam que suas descobertas não significam que todos que tomam esses suplementos terão problemas de fígado.

No entanto, eles esperam que seu estudo aumente a conscientização sobre os riscos potenciais e incentive mais pesquisas sobre a segurança desses produtos populares.