Pesadelos recorrentes podem triplicar risco de morte precoce, diz estudo
O estudo amplia o entendimento sobre como a qualidade do sono vai além do descanso

Um novo estudo recente apresentado durante o Congresso da Academia Europeia de Neurologia de 2025, em Helsinque, revelou uma associação preocupante entre a frequência de pesadelos e o envelhecimento acelerado. A pesquisa sugere que ter pesadelos regularmente pode aumentar significativamente o risco de morte antes dos 75 anos.
O levantamento analisou dados de mais de 4 mil adultos, com idades entre 26 e 74 anos, acompanhados ao longo de 18 anos. Os pesquisadores descobriram que indivíduos que relataram episódios frequentes de pesadelos no início do estudo apresentaram risco até três vezes maior de morrer precocemente, em comparação com aqueles que não tinham esse tipo de distúrbio do sono.
Além do risco aumentado de mortalidade, os participantes com pesadelos recorrentes também demonstraram sinais de envelhecimento biológico acelerado, medido por três diferentes relógios epigenéticos — métodos que avaliam alterações químicas no DNA relacionadas ao tempo biológico de cada indivíduo, independentemente da idade cronológica.
Como foi feito o estudo?
A análise utilizou modelos estatísticos avançados, como a regressão de Cox, para avaliar a relação entre as experiências noturnas negativas e a saúde a longo prazo. Foram registradas 227 mortes prematuras ao longo do acompanhamento.
Especialistas envolvidos na pesquisa alertam que o estresse e a fragmentação do sono provocados pelos pesadelos podem influenciar diretamente os processos celulares ligados ao envelhecimento. Eles sugerem que pacientes que sofrem com sonhos angustiantes de forma constante devem ser avaliados clinicamente para identificar distúrbios de sono, estresse crônico e possíveis condições psiquiátricas.
Entre as possíveis abordagens terapêuticas estão a terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I) e a técnica de ensaio de imagem, que busca modificar o conteúdo dos pesadelos.

Apesar dos resultados expressivos, os autores destacam que ainda são necessárias investigações adicionais para confirmar se o tratamento dos pesadelos pode, de fato, influenciar o ritmo do envelhecimento e contribuir para uma maior longevidade.
Compreendendo o impacto dos sonhos no corpo
O estudo amplia o entendimento sobre como a qualidade do sono vai além do descanso e pode estar intimamente conectada à saúde física de longo prazo. A pesquisa reforça a importância de considerar os aspectos psicológicos e neurológicos dos distúrbios do sono como fatores de risco clínicos relevantes.
Com base nesses achados, profissionais de saúde são incentivados a dar maior atenção a queixas relacionadas a sonhos perturbadores, não apenas como sintomas isolados, mas como potenciais indicadores de risco sistêmico.
Três chás cientificamente comprovados que ajudam a combater a insônia
A insônia é um distúrbio do sono que afeta milhões de brasileiros — segundo dados da Associação Brasileira do Sono, cerca de 73 milhões de pessoas sofrem com noites mal dormidas. Além de comprometer o rendimento no dia seguinte, a falta de sono pode afetar a imunidade, o humor e até a saúde cardiovascular. Mas a boa notícia é que a natureza, em sua sabedoria, oferece soluções simples e eficazes — como chás com propriedades calmantes e indutoras do sono.