Pesquisa aponta acessório que pode detectar os sinais iniciais de Alzheimer

O acessório pode revolucionar a detecção dos primeiros sinais de Alzheimer, monitorando ondas cerebrais enquanto você dorme; entenda

Estudo descobre como bandana pode detectar os primeiros sinais de Alzheimer
Créditos: iStock/sudok1
Estudo descobre como bandana pode detectar os primeiros sinais de Alzheimer

Investigadores de renomadas universidades norte-americanas estão desenvolvendo um equipamento não invasivo que pode detectar os primeiros sinais da doença de Alzheimer.

O produto consiste numa faixa para a cabeça, munida de sensores, utilizada durante o sono e capaz de identificar ondas cerebrais anômalas associadas ao grave tipo de demência.

O aparelho foi concebido por equipes da Universidade do Colorado, Universidade de Miami e Universidade de Washington. Ele utiliza a eletroencefalografia (EEG) para observar padrões de ondas cerebrais que possam indicar sinais prematuros de demência. Isso muito antes de qualquer manifestação patológica evidente no corpo ou no comportamento do indivíduo.

Como funciona a tecnologia?

Este inovador dispositivo acabou sendo testado num grupo de 205 idosos, com e sem comprometimentos cognitivos evidentes.

Durante três noites, os participantes usaram a faixa na cabeça, que vinha equipada com eletrodos capazes de medir as atividades das ondas cerebrais por meio de eletroencefalogramas, a mesma tecnologia usada para diagnosticar doenças como a epilepsia.

Juntamente com a utilização da faixa, foi também analisado o líquido espinhal dos participantes, uma vez que um aumento dos níveis da proteína tau neste líquido é um indicador chave da doença de Alzheimer.

O que a pesquisa concluiu?

Os resultados, recentemente publicados na revista científica The Journal of Alzheimer’s Association, revelaram que alterações nos padrões neuronais durante o sono e a reativação da memória estão associados à presença de marcadores proteicos da doença de Alzheimer no líquido espinhal.

Os pesquisadores também descobriram que a diminuição da intensidade em um padrão de atividade estava relacionada a um comprometimento cognitivo leve, bastante precoce.

Quais as implicações das descobertas?

Eles acreditam que, se confirmada a eficácia desta nova tecnologia, ela poderá cumprir uma função fundamental na detecção precoce do Alzheimer, mesmo em pessoas que ainda não apresentem sintomas.

Isto abriria a possibilidade de se usar um “dispositivo simples, como uma bandana com EEG, como um monitor de fitness para a saúde cerebral”.

Um diagnóstico precoce poderia também permitir que as pessoas beneficiem mais rapidamente de medicamentos que possam retardar os sintomas.

Recentemente, dois novos medicamentos, o lecanemabe e o donanemabe, têm mostrado resultados na retardação da perda de memória. Isso em pacientes com Alzheimer em estágio inicial.

Apesar das perspectivas encorajadoras, são necessários estudos mais aprofundados antes que estas faixas possam ser disponibilizadas comercialmente ou para uso clínico.