Pesquisa descobre risco relacionado ao uso de antibiótico
O uso recorrente de antibiótico pode aumentar o risco de uma pessoa desenvolver condições como colite ulcerativa e doença de Crohn
O uso recorrente de antibiótico pode aumentar o risco de uma pessoa desenvolver Doença Inflamatória Intestinal (DII), manifestada em condições como colite ulcerativa e doença de Crohn, aponta estudo divulgado pela revista científica Gut.
Ao longo de 18 anos, especialistas analisaram dados do Registro Nacional de Prescrições dinamarquês, entre 2000 e 2018.
Ao todo, mais de 6 milhões de indivíduos com idade igual ou superior a 10 anos, sem diagnóstico prévio de DII, foram incluídos na amostra e divididos conforme a faixa etária. Em quase duas décadas de observação, quase 53 mil pessoas foram diagnosticadas com Doença Inflamatória Intestinal (DII).
Segundo a análise, aqueles que usaram antibióticos apresentaram probabilidade significativamente maior de ter DII em todas as faixas etárias do estudo. Ainda de acordo com os pesquisadores, o risco aumentava entre aqueles com mais de 40 anos e que usaram antibióticos por um a dois anos para infecções gastrointestinais.
Adam Faye, principal autor do estudo e professor assistente de Medicina e Saúde da População na Escola de Medicina Grossman da Universidade de Nova York, explica a relação entre os quadros clínicos. “É certamente possível que a resposta inflamatória subjacente relacionada a uma infecção pode levar ao risco associado observado”.
A crença baseia-se no fato de que no estudo não foi encontrada qualquer conexão entre DII e o antibiótico nitrofurantoína, usado para o tratamento de infecções do trato urinário.
Antibióticos: o que se concluiu?
Para os cientistas, os eventos identificados durante o estudo ocorrem porque o medicamento pode afetar o microbioma intestinal, a coleção de bactérias e outros organismos que vivem no trato digestivo.
O antibiótico nitrofurantoína para infecção urinária que foi o único que não aumentou o risco de DII é justamente o que não tem muito impacto no microbioma intestinal.