Fisioterapeuta explica como pilates curou suas dores nas costas: ‘Eu tinha uma corcunda’

Fisioterapeuta e instrutora de pilates há mais de quatro anos conta como o método mudou sua vida e a de seus alunos

26/06/2025 20:18

Aos 30 anos, a fisioterapeuta Miriã dos Santos, de Suzano (SP), une prática e teoria ao ensinar e também ser praticante de pilates.

Instrutora há mais de quatro anos, ela conta que conheceu a técnica por necessidade pessoal: sofria com dores na coluna que nem remédios resolviam.

Eu sentia muitas dores nas costas, onde as medicações não estavam fazendo mais efeito. A dor era na região central, no meio da coluna, na região torácica. E o pilates me ajudou muito”, relata em entrevista à Catraca Livre.

Com 30 anos, a fisioterapeuta Miriã dos Santos é especialista em pilates.
Com 30 anos, a fisioterapeuta Miriã dos Santos é especialista em pilates. - Acervo pessoal

Quais são os benefícios do pilates?

Engana-se quem pensa que o pilates serve apenas para alongar o corpo. Miriã afirma que a técnica é reconhecida como uma forma de atenção primária à saúde, voltada tanto para quem sente dor quanto para quem busca prevenção.

O pilates é uma técnica de condicionamento físico. Trabalha o corpo, a mente e o espírito. Em relação ao corpo, trabalha o alongamento, o fortalecimento muscular, […] o alinhamento da coluna, alívio de dores, consciência corporal, equilíbrio e a respiração. E trabalha em questão de você se socializar com o próximo”, explica.

A profissional reforça que, embora muitas pessoas só busquem ajuda ao sentirem dor, o ideal é começar antes que o problema apareça.

E também reitera a importância da respiração: “um dos pilares do pilates é a respiração. Você precisa aprender a respirar corretamente para que os seus músculos não sejam lesionados durante o exercício, pra gente poder ofertar o oxigênio necessário.”

Pilates trata a dor nas costas?

De acordo com Miriã, 80% dos seus pacientes e alunos chegam ao pilates com algum problema na coluna vertebral, como hérnia de disco ou escoliose.

Em geral, essas pessoas vêm por indicação médica, familiar ou por informações divulgadas nas redes sociais.

Eles procuram o método com a intenção de alívio da dor e reabilitação. […] Como fisioterapeuta, eu acredito que o pilates trata as dores, não só nas costas, como no corpo globalmente. Ele não é somente um alívio como um remédio, efeito placebo”, diz.

A profissional menciona que a prática é recomendada para qualquer pessoa, seja ela criança (acima de sete anos), adolescente, adulta ou idosa, além de pacientes neurológicos e ortopédicos.

É uma reabilitação. O pilates proporciona qualidade de vida a qualquer indivíduo […]. Ele não só alivia momentaneamente, como trata as dores, os incômodos, as disfunções.”

Hoje, além de instrutora, ela treina diariamente para entender o que seus alunos sentem.
Hoje, além de instrutora, ela treina diariamente para entender o que seus alunos sentem. - Acervo pessoal

Visão como praticamente

Além de ensinar, Miriã faz pilates desde o início de sua carreira. Ela revela que seu diagnóstico de hipercifose, curvatura acentuada da coluna torácica, motivou a busca por essa técnica.

Ela foi uma adolescente muito tímida, então acabou adotando uma postura anteriorizada, que é quando os ombros são fechados para dentro.

A prática melhora a postura. E Miriã é a prova disso: “Eu tinha uma corcunda muito significativa, muito à mostra. Hoje, eu não tenho mais.”

Após sentir dores intensas na coluna, Miriã encontrou no pilates alívio e transformação.
Após sentir dores intensas na coluna, Miriã encontrou no pilates alívio e transformação. - Acervo pessoal

Outro motivo que a levou a fazer pilates foi o fato de precisar de propriedade para ensinar.

Uma boa instrutora de pilates, antes de aplicar o método, ela precisa fazer para sentir quais músculos são trabalhados. Então eu preciso treinar diariamente os métodos que eu aplico nos meus pacientes”, afirma.

Tratamentos combinados podem ser necessários

Apesar de o pilates trazer alívio, Miriã ressalta que o resultado não depende apenas do instrutor.

Pilates sozinho não faz milagre. Nós, instrutores de pilates e fisioterapeutas, temos um diálogo com o nosso aluno e ele também precisa se ajudar”, explica.

Miriã pontua que os alunos geralmente fazem aulas de pilates duas vezes por semana, com duração de 50 minutos. Ou seja, nos demais dias eles são orientados a manter outras atividades físicas, como caminhadas.

A fisioterapeuta destaca que, além do exercício, alimentação saudável, hidratação adequada e rotina ativa são essenciais para o sucesso do tratamento.

Normalmente, quando o paciente tem dor crônica, ele tem crises de dor. O nosso objetivo é afastar essas crises. Quando há essa conversa, esse alinhamento bem feito de ambas as partes, a dor vai embora.”

Além disso, Miriã explica que, ao iniciar com um novo aluno, é feita uma avaliação detalhada, chamada de aula avaliativa. A partir dela, é possível decidir se o pilates será suficiente ou se será necessário recorrer a outras terapias.

Se o aluno estiver na fase aguda da dor, que é a fase inicial, nós indicamos terapias combinadas, como acupuntura, RPG, que é o realinhamento postural global, massoterapia ou liberação miofascial. Tudo depende de uma boa avaliação física e da escala de dor”, conclui.