Poluição do ar está associada a maior risco de Alzheimer, diz estudo

Estudo ajuda a identificar e entender os mecanismos específicos envolvidos nessa relação

Poluição x Alzheimer: Trânsito intenso na Avenida Tiradentes, na região da Luz, no segundo dia de greve dos metroviários em São Paulo. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil
Poluição x Alzheimer: Trânsito intenso na Avenida Tiradentes, na região da Luz, no segundo dia de greve dos metroviários em São Paulo. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Viver próximo às vias de trânsito movimentadas pode aumentar o risco de desenvolver Alzheimer e outras formas de demência, além de causar alterações nas estruturas cerebrais, revela intrigante estudo realizado na China e no Reino Unido.

O estudo, que oferece uma compreensão mais profunda sobre os efeitos danosos da poluição atmosférica, revelou que o fenômeno está principalmente associado à poluição do ar causada pela emissão de gases dos automóveis.

As evidências, publicadas recentemente na revista científica Science Partner, ensejam uma interpretação preocupante sobre os impactos da poluição atmosférica na saúde do cérebro. Em meio a estudos que se debruçam sobre correlação entre a poluição do ar e a demência, este estudo ajuda a identificar e entender os mecanismos específicos envolvidos nessa relação.

Poluição do ar e o Alzheimer

Os resultados do estudo apontam consistentemente para uma conexão direta entre residir próximo a áreas com tráfego intenso e um aumento significativo no risco de demência. A poluição do ar proveniente do tráfego, incluindo substâncias como dióxido de nitrogênio e PM2,5, emergiu como um dos principais fatores desencadeantes. Surpreendentemente, ao contrário de pesquisas anteriores, este estudo não encontrou nenhuma associação significativa entre poluição sonora devido ao tráfego a longo prazo e demência.

Além de aumentar o risco de demência, a proximidade ao tráfego também mostrou consistentemente associação com volumes cerebrais menores em áreas específicas relacionadas à doença de Alzheimer, fornecendo evidências visíveis e tangíveis das implicações reais dessa exposição à saúde cerebral.

Como foi feito o estudo?

Os cientistas analisaram dados provenientes de 460.901 participantes durante um período de acompanhamento médio de 12,8 anos. Utilizando o Biobank do Reino Unido, os pesquisadores verificaram casos de demência, proporcionando um conjunto de dados confiável e detalhado.

Além de analisar casos de demência, os pesquisadores conduziram ressonâncias magnéticas cerebrais, revelando alterações nas estruturas cerebrais associadas à doença de Alzheimer, mesmo em estágios pré-sintomáticos. Importante destacar que o estudo controlou diversos fatores de risco, incluindo predisposição genética, proporcionando uma análise precisa e abrangente.