Por que açúcar em excesso potencializa o risco de Alzheimer?

Entenda possível relação entre os dois fatores identificada por especialistas em distúrbios neurológicos

Entenda relação entre consumo excessivo de açúcar e risco de Alzheimer. Condição afeta 1,2 milhão de pessoas no Brasil – iStock/Getty Images
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Entenda relação entre consumo excessivo de açúcar e risco de Alzheimer. Condição afeta 1,2 milhão de pessoas no Brasil – iStock/Getty Images

Uma dieta rica em açúcar pode potencializar o risco de desenvolvimento de condições neurodegenerativas, como por exemplo, Alzheimer. É o que indica uma recente pesquisa realizada pelo Fred Hutchinson Cancer Research Center, nos Estados Unidos. 

O estudo, que tinha como objetivo explorar a semelhança entre humanos e moscas da fruta,  descobriu como uma dieta com excesso de açúcar pode gerar resistência à insulina em órgãos periféricos destas moscas.

O processo foi examinar o efeito dessa resistência no cérebro já que estas, quando em disfunção, podem levar à degeneração neural.

Excesso de açúcar e a propensão a doenças neurodegenerativas 

Segundo os especialistas, a dieta rica em açúcar causou uma redução na quantidade de PI3k nas células gliais, o que indica resistência à insulina.

Por isso, a equipe de pesquisa analisou o equivalente da microglia na mosca, conhecido como glia embainhadora. Essas células possuem como função principal a remoção de detritos neurais, tal como axônios em degeneração.

O grupo de estudo observou que as células da glia apresentavam diminuição do índice da proteína Draper, sugerindo uma função prejudicada.

Eles notaram que após danificar os neurônios olfativos, a glia que os embainhava não conseguiu remover os axônios degenerados nas moscas que faziam dieta rica em açúcar, devido à baixa nos níveis de Draper.

Consequências de uma dieta rica em açúcar 

“Através deste estudo com moscas da fruta, foi possível constatar que dietas ricas em açúcar desencadeiam resistência à insulina na glia, interferindo em sua capacidade de limpar detritos neuronais.

Esse estudo apresenta percepções correlacionando a obesidade com o risco de doenças neurodegenerativas”, declarou Mroj Alassaf, do Fred Hutchinson Cancer Research Center e principal autor da pesquisa.

Compreendendo a importância de suas descobertas, a equipe responsável pela pesquisa demonstra esperança em contribuir com a produção de terapias que possam auxiliar na redução do risco de desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.