Por que tratamentos tradicionais não respondem novo tipo de depressão?
Especialistas de Stanford procuram novas possibilidades de tratamento para quadro depressivo
Estudos recentes sobre depressão descobriram um novo subtipo do transtorno que, de acordo com a Universidade de Stanford, nos EUA representa 27% dos casos diagnosticados no país.
Denominada ‘subtipo cognitivo’, a nova categoria de depressão distingue-se dos outros subtipos conhecidos por apresentar déficits cognitivos notáveis em termos de atenção, memória e autocontrole.
Especialistas observaram também que os tratamentos tradicionais com antidepressivos podem não ser sempre eficazes para esse subtipo específico da condição.
- O hábito simples que pode ser um escudo contra a demência
- Novo medicamento reduz forma genética do colesterol alto em até 86%
- Descubra o poder da romã para a saúde do coração
- 7 indícios de que você sofre de intolerância à lactose
- Faculdade Santa Casa de SP oferece 417 bolsas para quatro cursos
Sintomas do novo tipo de depressão
Resultados de uma investigação revelaram que pessoas diagnosticadas com esses subtipo de depressão enfrentam desafios na capacidade de planejar antecipadamente, demonstrar autocontrole, manter o foco apesar de distrações e suprimir comportamentos inadequados.
Geralmente, antidepressivos convencionais, como Lexapro (escitalopram) ou Zoloft (sertralina) são receitados para quadros de depressão para os sintomas citados. Contudo, esses mesmos tratamentos revelaram-se ineficazes, uma vez que direcionam a serotonina.
No ensaio com 1.008 adultos não medicados diagnosticados com depressão, submetidos a tratamentos comuns de serotonina, como Lexapro, Zoloft e Effexor, apenas cerca de 38% do novo subconjunto de depressão experimentou remissão dos sintomas, em comparação com quase 48% sem esse subtipo. Pacientes tratados com Zoloft apresentaram a diferença mais marcante, com 35,9% contra 50%.
Diante das evidências, os pesquisadores concluíram que, abordar essas disfunções cognitivas com antidepressivos menos convencionais ou outras modalidades de tratamento, pode não apenas aliviar os sintomas como contribuir para a restauração das habilidades sociais e ocupacionais.
Possíveis tratamentos
Em meio às incertezas diante da descoberta do novo tipo de depressão, pesquisadores de Stanford exploram uma alternativa de tratamento para esse tipo específico de depressão, a guanfacina. Este fármaco direciona-se especialmente ao córtex pré-frontal dorsolateral do cérebro, uma área onde os pacientes exibiam uma “atividade significativamente menor”.
Além disso, outras opções de tratamento incluem a estimulação magnética transcraniana, que utiliza campos magnéticos para estimular as células nervosas, e a terapia cognitivo-comportamental.