Pressão alta descontrolada pode ser sinal de tumor raro nas glândulas suprarrenais
O feocromocitoma é um tipo de tumor que afeta a produção hormonal e pode causar hipertensão severa, difícil de tratar com medicamentos comuns
Quando a pressão alta parece não responder a medicamentos convencionais, pode haver uma causa menos conhecida por trás do problema: o feocromocitoma. Esse tumor raro se desenvolve nas glândulas suprarrenais, localizadas acima dos rins, e pode desencadear crises hipertensivas graves e outros sintomas perigosos.
Embora a maioria dos feocromocitomas seja benigna, o impacto na saúde pode ser significativo, especialmente quando o diagnóstico é tardio. Em alguns casos, o tumor pode se tornar maligno e se espalhar para outras partes do corpo.
O que é o feocromocitoma?
O feocromocitoma afeta as glândulas responsáveis por produzir hormônios como adrenalina e noradrenalina, que ajudam a regular a pressão arterial e a resposta ao estresse. Quando há um tumor, essas substâncias são liberadas em excesso, provocando picos de pressão e batimentos cardíacos acelerados.
Diferente da hipertensão comum, a provocada pelo feocromocitoma costuma ser difícil de controlar e pode surgir em crises intermitentes, o que torna o diagnóstico um desafio.

Sintomas comuns do feocromocitoma
O sintoma mais característico é a pressão arterial elevada, que pode ser persistente ou surgir em episódios. Além disso, os pacientes podem apresentar:
- Palpitações ou batimentos cardíacos acelerados
- Sudorese intensa
- Dores de cabeça frequentes
- Tremores
- Náuseas e vômitos
- Ansiedade intensa
- Pulso muito rápido
Esses sintomas podem durar de minutos a horas e, muitas vezes, são desencadeados por situações de estresse, exercícios físicos, ingestão de cafeína ou uso de determinados medicamentos.
Por que esse tumor causa hipertensão?
O feocromocitoma eleva a pressão por meio da liberação excessiva de hormônios adrenérgicos, que causam a contração dos vasos sanguíneos e aumentam a frequência dos batimentos cardíacos. Com isso, o coração trabalha com mais força e a pressão arterial sobe de forma descontrolada.
Muitos pacientes passam anos tratando a hipertensão sem sucesso, até descobrirem que têm esse tumor. Nesses casos, a pressão alta é chamada de resistente, pois não responde às terapias tradicionais.
Quando suspeitar e procurar ajuda médica?
Se você ou alguém da sua família apresenta hipertensão difícil de controlar, associada a outros sintomas como tremores, suor excessivo e taquicardia, é essencial procurar um especialista.
Cardiologistas, endocrinologistas e nefrologistas são os profissionais indicados para investigar o feocromocitoma por meio de exames laboratoriais e de imagem.
Tratamento do feocromocitoma
A forma mais comum de tratamento é a cirurgia para remoção do tumor, que pode incluir parte da glândula ou toda a glândula afetada. Antes do procedimento, é comum que o paciente inicie um tratamento com medicamentos que bloqueiam os efeitos dos hormônios adrenérgicos, ajudando a estabilizar a pressão e o ritmo cardíaco.
Nos casos em que o tumor é maligno ou se espalhou, outras abordagens terapêuticas podem ser necessárias, incluindo radioterapia ou quimioterapia.
Embora raro, o feocromocitoma é uma condição potencialmente perigosa, principalmente porque pode passar despercebido por anos. Por isso, é fundamental que pessoas com crises hipertensivas frequentes e de difícil controle sejam avaliadas com atenção. O diagnóstico precoce pode não só aliviar os sintomas, como evitar complicações graves no coração, cérebro e rins.