Virologista diz que próxima variante pode surgir por dois caminhos

A Ômicron não deve ser a última variante que se espalhará pelo mundo

À medida que a onda da Ômicron vai diminuindo, os cientistas estão tentando decifrar o que vem a seguir. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que essa não será a última variante de preocupação a surgir. E um estudo recente mostrou que a próxima cepa do coronavírus pode surgir de duas maneiras diferentes.

Existem dois cenários prováveis ​​no futuro, segundo Jesse Bloom, virologista do Fred Hutchinson Cancer Research Center, em Seattle, conforme citado pela revista científica Nature.

O surgimento de um nova variante de preocupação já é esperado
Créditos: tigristiara/istock
O surgimento de um nova variante de preocupação já é esperado

O primeiro é a Ômicron continuar a evoluir, criando uma nova versão, pior que as linhagens BA. 1 ou BA.2.

E a segunda possibilidade é que uma nova variante não relacionada apareça. O último cenário é o que aconteceu com cada variante de preocupação até agora.

Mais contagiosa?

A Ômicron demonstrou não causar quadros tão graves quanto à variante anterior, a Delta. Isso porque a cepa mais recente tem a características de se multiplicar mais nos tecidos das vias aéreas do que nos pulmões. Porém, não há garantia de que novas variantes serão menos severas do que as identificadas anteriormente.

Novas mutações devem criar uma variante capaz de escapar à proteção das vacinas
Créditos: MileA/istock
Novas mutações devem criar uma variante capaz de escapar à proteção das vacinas

A  virologista Jesse Bloom observou que a Ômicron e a Delta carregam mutações que diminuem a potência dos anticorpos criados contra versões anteriores do coronavírus. Isso é uma forma natural de evolução do vírus para escapar da imunidade.

“E as forças que impulsionam essa “mudança antigênica” provavelmente se tornarão mais fortes à medida que a maior parte do planeta ganha imunidade ao vírus por meio de infecção, vacinação ou ambos”, disse.

A arma é aumentar a cobertura vacinal

Há tempos os cientistas vêm alertando que quanto mais o vírus circular, maiores são as chances de mutações ocorrerem e surgir novas cepas.

A solução possível para evitar esse cenário é, segundo a OMS, aumentar a cobertura vacinal global, especialmente em países do continente africano, que estão mais atrasados.