Estudo revela quais são as bactérias que mais matam no mundo
De 30 bactérias comuns analisadas, cinco responderam por mais da metade dos óbitos no mundo em 2019
As infecções provocadas por bactérias tornaram-se a segunda principal causa de morte globalmente, de acordo com um vasto estudo publicado nesta terça-feira, 22, na revista Lancet.
Apenas as doenças cardíacas mataram mais pessoas em 2019, ano em que o estudo se baseia, do que as infecções bacterianas, segundo os especialistas.
A análise, que faz parte do Global Burden of Disease, um enorme programa de pesquisa com uma abrangência inigualável por ter milhares de cientistas na maioria dos países, selecionou 30 bactérias comumente envolvidas em infecções e avaliou quantas mortes estão associadas a elas.
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O total de mortes causadas por bactérias em 2019 foi de 7,7 milhões, o que significa que uma em cada oito mortes pode estar ligada a esse microrganismos.
Das 30 bactérias estudadas, cinco concentram mais da metade dos casos. São elas: staphylococcus aureus, E. coli, pneumococo, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa.
As mortes restantes foram causadas por outras 28 infecções bacterianas menos comuns.Os autores pediram mais financiamento, inclusive para novas vacinas, para diminuir o número de mortes, alertando também para a resistência bacteriana causada pelo “uso injustificado de antibióticos”.
Em casos graves, em que os antibióticos não funcionam mais, as infecções bacterianas podem desencadear a sepse, uma doença potencialmente grave desencadeada por uma inflamação que se espalha pelo organismo e é potencialmente fatal.
Como acontece a resistência bacteriana?
As causas da resistência antimicrobiana são complexas e multifacetadas, mas incluem o aumento do uso inadequado de antibióticos e outros antimicrobianos, que estão ajudando as bactérias a desenvolverem uma resistência que tornará estes remédios ineficazes no longo prazo.
Isso foi algo que preocupou especialmente durante a pandemia, quando esses medicamentos foram utilizados de maneira indiscrimidada para tratar pacientes com covid-19.
A azitromicina, por exemplo, um antibiótico que foi amplamente utilizado no chamado “Kit Covid”, teve um aumento de 105% nas vendas durante o ínicio da pandemia, mesmo não tendo qualquer comprovação científica de que prevenisse a doença causada pelo novo coronavírus.
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 700 mil pessoas morram todos os anos de infecções não tratáveis, causadas por bactérias resistentes. Ainda de acordo com o órgão, em 2050, o número de mortes causadas por infecções resistentes a antibacterianos irá superar os óbitos causados por câncer.