Queda de cabelo? Saiba reconhecer um eflúvio telógeno agudo
Na maioria dos casos, a condição é temporária, e os fios voltam a crescer como antes
Sair do banho assustada com a quantidade de fios que se soltaram é uma experiência pela qual muitas mulheres já passaram. A queda de cabelo quando é intensa pode tratar-se de eflúvio telógeno agudo.
Afinal, o que é um eflúvio telógeno?
O eflúvio telógeno agudo é uma condição caracterizada pela queda intensa de cabelo que ocorre de forma temporária. Geralmente, essa perda de cabelo está associada a algum evento estressante ou alteração no organismo, como uma cirurgia, doença, mudanças hormonais ou deficiências nutricionais.
Existem dois tipos de eflúvio telógeno: agudo e crônico.
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a causa do eflúvio telógeno agudo está associada a algum evento que aconteceu três meses antes do início da queda.
Isso porque o período de preparo para a queda dura de dois a três meses e os fios se desprendem ao final desse ciclo.
Esses eventos, ou gatilhos, convertem um percentual maior de fios para a fase de queda.
Sendo assim, ao invés de ocorrer a queda de 100-120 fios por dia, caem 200-300 fios.
Os eventos mais associados à queda são: pós-parto, febre, infecção aguda, sinusite, pneumonia, gripe, dietas muito restritivas, doenças metabólicas ou infecciosas, cirurgias, especialmente a bariátrica, por conta da perda de sangue e do estresse metabólico, além do estresse.
Algumas medicações também podem desencadear o problema.
Já o eflúvio telógeno crônico é marcado por uma queda intensa de cabelo, porém em longo prazo.
Segundo a SBD, o problema nem sempre tem causa definida, mas sabe-se que está associado a doenças autoimunes, dentre elas, a mais comum é a tireoidite de Hashimoto.
Quais são os sinais mais comuns do eflúvio telógeno agudo?
Queda de cabelo difusa e repentina
O sintoma mais marcante é a queda de cabelo súbita e intensa, que costuma ocorrer de forma difusa, afetando todo o couro cabeludo de maneira uniforme, e não apenas uma área específica.
Perda de cabelo ao lavar ou pentear
Um aumento significativo na quantidade de fios perdidos ao lavar, pentear ou até mesmo ao passar a mão pelos cabelos é um sinal típico. Muitas pessoas relatam encontrar grandes quantidades de fios no travesseiro ou no chuveiro.
Afinamento do cabelo
Embora o eflúvio telógeno não cause calvície total ou áreas completamente calvas, ele pode deixar o cabelo visivelmente mais fino e ralo, especialmente se a perda for prolongada.
Couro cabeludo saudável
Ao contrário de outras condições de perda de cabelo, como a alopecia areata, o couro cabeludo geralmente permanece saudável e sem inflamações, vermelhidão ou coceira significativas.
Sem dor ou desconforto significativo
O eflúvio telógeno não costuma causar dor ou desconforto no couro cabeludo. A principal queixa dos pacientes é o aumento da queda, sem outros sintomas físicos associados.
Ligação com eventos recentes de estresse ou saúde
A perda de cabelo no eflúvio telógeno ocorre frequentemente após eventos estressantes, como uma cirurgia, febre alta, doença grave, mudanças hormonais (pós-parto, por exemplo), deficiências nutricionais, interrupção de anticoncepcionais ou estresse emocional intenso.
Recuperação espontânea
Uma característica importante do eflúvio telógeno agudo é que ele tende a ser autolimitado. Normalmente, a queda de cabelo começa a diminuir após alguns meses, e os fios voltam a crescer normalmente dentro de seis a nove meses.
Como tratar o eflúvio telógeno?
O tratamento do eflúvio telógeno foca em identificar e corrigir a causa da queda de cabelo, além de promover um ambiente favorável para o crescimento dos fios.
Antes de qualquer coisa, é essencial consultar um dermatologista, ele pedirá exames de sangue, avaliará o couro cabeludo e ajudará identificar o que está causando a queda de cabelo. Pode ser estresse, cirurgia recente, deficiência nutricional, doenças, medicamentos ou alterações hormonais.
Deficiências de ferro, zinco, vitamina D, B12 e proteínas são comuns em casos de eflúvio telógeno. A reposição dessas substâncias, através de dieta balanceada ou suplementos, pode ajudar a reduzir a queda de cabelo.
No entanto, os suplementos devem ser usados sob orientação médica para evitar excessos ou interações.
Existem outros tipos de tratamento mais invasivos, como mesoterapia, que consiste na aplicação de um coquetel multivitamínico na derme do couro cabeludo. Mas o médico avaliará se é ou não necessário.
O eflúvio telógeno é temporário, e o cabelo geralmente volta a crescer sozinho após alguns meses. Manter um acompanhamento regular com um dermatologista é essencial para monitorar a evolução do quadro e ajustar o tratamento conforme necessário.