Quem tem ansiedade corre risco 3 vezes maior desta doença, conforme estudo

Estudo revela como a ansiedade pode impactar a saúde mental e física, aumentando o risco de grave doença a longo prazo

29/07/2024 14:08

Para aqueles que lidam com ansiedade crônica, um novo estudo sugere uma preocupação adicional: o transtorno pode quase triplicar o risco de desenvolver demência anos depois.

A ansiedade é considerada crônica quando os sintomas de preocupação excessiva, medo e tensão persistem por um período prolongado, geralmente mais de seis meses, e interferem significativamente no funcionamento social, ocupacional ou outras áreas importantes. 

O estudo, publicado no Journal of the American Geriatrics Society, é pioneiro em analisar a associação entre diferentes gravidades de ansiedade e o risco de demência ao longo do tempo, bem como o impacto do momento em que a ansiedade ocorre.

A Dra. Kay Khaing, principal autora do estudo e geriatra no Hunter New England Health, na Austrália, declarou que a ansiedade pode ser considerada um fator de risco não tradicional para a demência.

Como a ansiedade pode aumentar o risco de doença?
Como a ansiedade pode aumentar o risco de doença? - iStock/Halfpoint

Qual é a relação entre ansiedade e demência?

Estudos anteriores tiveram resultados mistos ao explorar essa relação, mas este novo estudo considera a duração da ansiedade como um fator importante.

A pesquisa envolveu 2.132 participantes do Hunter Community Study, que forneceram dados de saúde, incluindo condições como hipertensão e diabetes. O estudo seguiu os participantes em três avaliações ao longo de quinze anos.

No final do estudo, 64 participantes desenvolveram demência. Aqueles com ansiedade crônica (definida como ter ansiedade na primeira e na segunda avaliação) ou recente (refere-se à ansiedade identificada na segunda avaliação) tinham um risco quase três vezes maior de desenvolver demência em comparação com aqueles sem ansiedade.

Então, como lidar com a ansiedade para reduzir riscos?

As descobertas sublinham a necessidade de tratamento contínuo para a ansiedade, que pode incluir mudanças no estilo de vida e terapia cognitivo-comportamental.

Evitar medicamentos que prejudicam o cérebro, como certos antidepressivos e benzodiazepínicos, também acaba sendo recomendado.

Além disso, práticas como meditação e interações sociais positivas podem ajudar a reduzir a ansiedade e, consequentemente, o risco de demência.

O estudo amplia nossa compreensão sobre a ligação entre ansiedade e demência, sugerindo que a gestão eficaz da ansiedade não só melhora a qualidade de vida como também previne doenças neurodegenerativas.

Afinal, quais são os sintomas de ansiedade?

Sintomas psicológicos:

  • Preocupação excessiva;
  • Percepção de perigo em situações cotidianas;
  • Medos ilógicos;
  • Pensamentos obsessivos;
  • Sensação de nervosismo;
  • Insônia.

Sintomas físicos:

  • Sensação de agitação no estômago;
  • Tontura;
  • Inquietação (dificuldade em permanecer parado);
  • Dores de cabeça, dores nas costas ou outros desconfortos;
  • Respiração acelerada;
  • Batimentos cardíacos rápidos, acelerados ou irregulares;
  • Dor no peito;
  • Espasmos musculares;
  • Sudorese ou ondas de calor;
  • Problemas de sono;
  • Ranger de dentes, especialmente à noite;
  • Náusea;
  • Tremores;
  • Formigamento;
  • Por fim, intestino solto.

Estas são algumas manifestações, mas é possível que outras experiências com ansiedade não estejam abordadas aqui. Portanto, consulte um especialista caso suspeite da condição.