Rompimento da barragem de Brumadinho deixa rastro de depressão
Casos de suicídio, bem como a prescrição de antidepressivos e ansiolíticos na rede pública de saúde, aumentaram na cidade depois de desastre
Uma tragédia que soterrou vidas sob a lama. E gerou consequências drásticas para a natureza. Por sinal, o rastro de perdas decorrentes do rompimento da barragem de Brumadinho (MG) não se esgota. E atinge também a saúde mental dos que sobreviveram ao desastre ambiental ocorrido em 25 de janeiro. Afinal, a depressão e a ansiedade deixam suas marcas na região: aumentaram os casos de suicídio ou de tentativas e a quantidade de prescrições para antidepressivos e ansiolíticos, usados no tratamento dessas doenças.
Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde de Brumadinho. No primeiro semestre de 2019, o número de tentativas de suicídio na cidade subiu 30% em relação ao mesmo período de 2018: passou de 30 para 39 – 11 entre homens e 28 entre mulheres.
Por sua vez, se, nos primeiros seis meses do ano passado, havia sido registrado 1 suicídio no município, neste ano foram 3, após o rompimento da barragem de Brumadinho.
A prescrição de remédios apresentou variações ainda mais alarmantes. O uso de antidepressivos por pacientes da rede pública de saúde cresceu 60% em agosto. A alta na utilização de ansiolíticos foi maior: 80%.
São pessoas que perderam familiares. Bens materiais. Suas lavouras. E, diante de tanto vazio causado pelo rompimento da barragem de Brumadinho, precisam de ajuda. Não apenas material, mas também emocional.
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