Pode doar sangue mesmo sem saber seu tipo sanguíneo? A resposta vai te surpreender
Você pode doar sangue mesmo sem saber seu tipo sanguíneo; entenda como funciona o exame
Durante o Junho Vermelho, mês dedicado à conscientização sobre a doação de sangue, uma dúvida comum entre possíveis doadores vem à tona: é preciso saber meu tipo sanguíneo antes de doar?

A resposta direta é não. E entender como essa identificação é feita pode encorajar ainda mais pessoas a darem esse gesto de solidariedade.
Você pode doar mesmo sem saber seu tipo sanguíneo
Segundo o dr. Alberto Chebabo, infectologista renomado e presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a ausência dessa informação não impede ninguém de doar.
“É possível doar sangue mesmo sem saber o seu tipo sanguíneo. Durante a doação, é feita uma coleta de amostra para exames, incluindo a tipagem sanguínea, que é realizada em laboratório.”
A coleta da amostra ocorre ao mesmo tempo em que o sangue é retirado da bolsa principal.
“A tipagem sanguínea é feita para garantir a compatibilidade entre o sangue doado e o receptor”, reforça o especialista.
Como funciona o exame para identificar o tipo sanguíneo?
O exame feito nos hemocentros identifica o sistema ABO (A, B, AB ou O) e o fator Rh (positivo ou negativo). Isso é feito logo após a doação, com tecnologia moderna e de forma altamente segura.
“Durante a doação, enquanto o sangue é coletado para a bolsa de sangue principal, amostras também são coletadas para triagem de doenças infecciosas e determinação do tipo sanguíneo”, explica Chebabo.
Em alguns hemocentros, o doador pode consultar o resultado em até 24 horas pelo site da instituição.
Embora muitas pessoas temam erros nesse tipo de exame, a chance é mínima, graças ao investimento constante em tecnologia e rigor nos protocolos. “Os exames são feitos com muito cuidado e tecnologia avançada, o que reduz bastante a chance de erro.”
“As empresas de medicina diagnóstica que investem em tecnologias de automação e sistemas de rastreamento digital, que facilitam a gestão do banco de sangue, melhorando a precisão na identificação do tipo sanguíneo e na compatibilidade, além de otimizar o armazenamento e a distribuição do sangue”, afirma o médico.
Segurança para quem doa e para quem recebe
Para quem doa:
Todo o processo é feito com muita atenção, tecnologia e protocolos rigorosos, confira as etapas:
- etapa – Antes da doação de sangue: o doador passa por uma triagem clínica. Nela, um profissional pergunta sobre o histórico médico, hábitos e bem-estar geral, para verificar se você está apto a doar naquele momento.
- etapa – Momento da doação: após passar pela avaliação de saúde, é hora de doar sangue. “O local onde a doação acontece é higienizado e equipado com materiais descartáveis, garantindo que tudo seja limpo e seguro. Durante a coleta, profissionais treinados monitoram o procedimento para evitar qualquer desconforto ou problema“, relata o dr. Chebabo.
- etapa – Depois da doação: o doador recebe orientações sobre cuidados posteriores, como evitar esforço físico intenso por algumas horas e manter-se bem hidratado.

Para quem recebe o sangue:
Os cuidados são ainda mais rigorosos para quem recebe o sangue: “Os hospitais e hemocentros conferem o tipo sanguíneo, fazem testes de compatibilidade e verificam se o sangue está livre de doenças antes de fazer a transfusão, tudo para garantir a segurança”, afirma Chebabo.
Ou seja, além do tipo sanguíneo, também são feitos testes de doenças como HIV, hepatite B e C, sífilis, HTLV e Doença de Chagas, com metodologias modernas como sorologia e PCR, que detectam infecções inclusive em estágios iniciais.
“Esses exames são essenciais para prevenir qualquer risco de transmissão de doenças e garantir que a transfusão seja feita de forma segura e confiável“, destaca.
Como o médico já pontuou, todos esses testes são extremamente rigorosos e seguros. “A segurança da doação vai além da triagem clínica: cada bolsa de sangue passa por uma série de análises laboratoriais criteriosas, conforme determina a legislação brasileira.”

Inovações que salvam vidas
A tecnologia tem transformado o sistema de doação e transfusão no Brasil. Com o auxílio de grandes empresas da área da saúde, como a Roche Diagnóstica, os testes estão mais rápidos e confiáveis.
Entre as principais inovações, os testes de alta precisão e rapidez que a empresa oferece se destacam. Eles são capazes de detectar doenças transmissíveis como HIV, hepatite B e C, sífilis e outras, de forma mais eficiente.
“Hoje, contamos com tecnologias modernas de testes mais rápidos e precisos, além de bancos de sangue digitais que facilitam o controle e a rastreabilidade. […] A combinação de tecnologia avançada, automação e sistemas digitais garante uma transfusão mais segura, eficiente e confiável para todos”, finaliza o especialista.
Doar sangue é um ato que começa com um pequeno gesto, mas termina em algo gigantesco: a chance de salvar até quatro vidas. E tudo isso é feito com segurança, tecnologia e muito cuidado, inclusive para quem ainda não sabe qual é o seu tipo sanguíneo.
Para a campanha Junho Vermelho, a Catraca Livre prepara uma série de reportagens especiais sobre o assunto para informar, conscientizar e incentivar todos vocês a doarem sangue. Saiba mais clicando aqui.