Saúde alerta para aumento de casos de coqueluche; veja os sinais

Tosse seca, febre e cansaço são alguns dos sintomas comuns da doença

Em meio a surtos de coqueluche em países da Ásia e da Europa, o Ministério da Saúde publicou nota técnica em que recomenda ampliar, em caráter excepcional, e intensificar a vacinação contra a doença no Brasil.

A pasta pede ainda que estados e municípios fortaleçam ações de vigilância epidemiológica para casos da doença.

A doença infecciosa é de alta transmissibilidade, mas é controlada no Brasil graças à vacinação.

As vacinas contra coqueluche estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

Situação no exterior

Em maio deste ano, a União Europeia divulgou Boletim Epidemiológico constando aumento da doença em pelo menos 17 países, com mais 32.037 casos foram notificados de coqueluche entre 1 de janeiro e 31 de março de 2024.

O Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China (CCDC, 2024) informou que, em 2024, foram notificados no país, 32.380 casos e 13 óbitos. 

O que é a coqueluche?

A coqueluche, também conhecida como tosse convulsa, é uma doença respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis.

A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria
Créditos: katerynakon/DepositPhotos
A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria

Essa condição afeta principalmente o sistema respiratório, causando uma inflamação nas vias aéreas. Além disso, a coqueluche é caracterizada por ataques de tosse severa que podem durar várias semanas.

De acordo com o Ministério da Saúde, crianças menores de seis meses podem apresentar complicações da doença que, se não tratada corretamente, pode levar à morte.

Entretanto, adolescentes e adultos também podem contrair a doença, especialmente se a imunidade adquirida pela vacinação ou por infecções anteriores tiver diminuído ao longo do tempo.

Como ocorre a transmissão de coqueluche?

A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. 

Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes. Isso é pouco frequente, porque é difícil o agente causador da doença sobreviver fora do corpo humano, mas não é impossível. 

O período de incubação do bacilo, ou seja, o tempo que os sintomas começam a aparecer desde o momento da infecção, é de, em média, 5 a 10 dias podendo variar de 4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias.

A tosse é o principal sintoma da coqueluche
Créditos: imagepointfr/DepositPhotos
A tosse é o principal sintoma da coqueluche

Quais os sinais e sintomas de coqueluche?

Estágio catarral (inicial)

  • Coriza: nariz escorrendo semelhante a um resfriado comum.
  • Febre baixa
  • Tosse seca e persistente, que gradualmente piora.
  • Sensação geral de indisposição e fadiga.

Fase crítica

  • Ataques de tosse incontrolável e intensa, que podem durar vários minutos.
  • Um som agudo e característico (“guincho”) ao inspirar após um ataque de tosse.
  • Vômitos podem ocorrer após ataques severos de tosse.
  • Pele azulada ou roxa devido à falta de oxigênio, especialmente durante os ataques de tosse.
  • Exaustão após os ataques de tosse.

Estágio de convalescença (recuperação)

  • Diminuição da Tosse
  • Recuperação lenta que pode levar semanas a meses, com tosse ocasional persistindo.

Como funciona a vacinação contra a coqueluche?

A imunização é com a pentavalente, esquema vacinal composto por três doses (aos 2, 4 e 6 meses de vida), seguidas de reforços com a vacina DTP aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

O SUS disponibiliza ainda, a vacinação de gestantes, puérperas e de profissionais da área da saúde com a dTpa. 

É fundamental manter a vacinação em dia e procurar uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas.