Saúde mental das mulheres: os transtornos mais comuns e sinais de alerta
Sobrecarga e múltiplas jornadas aumentam os riscos para a saúde mental das mulheres; saiba identificar os sinais
As exigências do dia a dia, a pressão por desempenhos múltiplos e a falta de suporte adequado têm feito da saúde mental feminina um tema cada vez mais urgente.

As mulheres são mais expostas a situações de estresse crônico, somando demandas profissionais, familiares e sociais — o que as torna mais vulneráveis a desenvolver quadros como ansiedade, depressão, síndrome do esgotamento e outros transtornos emocionais.
Dados alarmantes
Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a depressão atinge as mulheres com mais frequência do que os homens, chegando a ser duas vezes mais comum.
Em nações industrializadas, os índices variam entre 10% e 15%; já em países em desenvolvimento, esse número pode alcançar de 20% a 40%.
Fases como a gravidez e o pós-parto apresentam risco ainda maior. Em 2024, por exemplo, elas foram responsáveis por mais de 60% dos afastamentos relacionados à saúde mental no Brasil, segundo o Ministério da Previdência Social.
Diante desse panorama, conhecer os transtornos mais frequentes e identificar os sinais precoces pode ser um passo importante para preservar o bem-estar emocional e buscar ajuda a tempo.
Quais são os transtornos mais comuns entre as mulheres?
- Depressão pós-parto
Mais do que um episódio de tristeza, esse transtorno é marcado por uma queda significativa no humor após o nascimento do bebê.
Vai além das variações emocionais típicas desse período e pode causar sintomas como dificuldade de vínculo com a criança, sensação de culpa, apatia, irritabilidade e, em casos graves, pensamentos de autolesão.
- Baby blues
Comum nos primeiros dias após o parto, esse estado emocional afeta até 80% das mulheres que acabaram de dar à luz.
Os sintomas incluem choro fácil, ansiedade, irritação e sensação de sobrecarga. Embora geralmente passageiro, é importante monitorar o quadro, já que ele pode evoluir para uma depressão pós-parto.
- Esgotamento
Esse estado de exaustão emocional e física é bastante comum em mães sobrecarregadas, especialmente aquelas sem rede de apoio.
Entre os principais indícios estão o cansaço contínuo, o afastamento emocional dos filhos, sentimentos de culpa e a perda de prazer na maternidade.
- Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
Diferente da ansiedade ocasional, o TAG se caracteriza por uma preocupação constante e desproporcional com diversas áreas da vida.
Pode ser alimentado por pressões no trabalho, na vida afetiva ou na criação dos filhos, especialmente em contextos de maternidade solo. Essa preocupação excessiva pode afetar o sono, o apetite e o funcionamento geral da pessoa.
- Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM)
Versão mais intensa da síndrome pré-menstrual, o TDPM compromete seriamente a qualidade de vida.
Além dos sintomas físicos, como inchaço e fadiga, também provoca alterações emocionais intensas, como irritabilidade, ansiedade e queda no interesse por atividades cotidianas, podendo até afetar relações pessoais e o desempenho profissional.

Reconhecer os sinais e buscar ajuda logo nos primeiros sintomas pode fazer toda a diferença para evitar que esses quadros se agravem.
O cuidado com a saúde mental deve ser parte da rotina, assim como qualquer outro aspecto da saúde física.