Semaglutida pode reduzir risco de Alzheimer em pessoas com diabetes tipo 2
Estudo observou que aqueles que usaram o medicamento tiveram um risco significativamente menor de desenvolver Alzheimer
Pesquisadores dos Estados Unidos descobriram que a semaglutida – um medicamento popular usado no tratamento de diabetes e perda de peso – pode reduzir o risco de doença de Alzheimer em pessoas com diabetes tipo 2.
A doença de Alzheimer é uma condição cerebral que destrói progressivamente a memória e as habilidades cognitivas.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, cerca de 1,2 milhão pessoas vivem com alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano.
- Anti-inflamatório pode causar complicações para pessoas com diabetes, revela estudo
- Estudo aponta chá como chave para combate de Alzheimer; saiba qual
- Diabetes: alerta da doença pode aparecer nas mãos; saiba qual
- Dêmencia: Por que estes 2 fatores aumentam o risco da doença?
O estudo, publicado no periódico Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, revelou que pacientes com diabetes que tomavam semaglutida apresentaram um risco significativamente menor de desenvolver Alzheimer.
Esses resultados foram observados em diferentes subgrupos, como obesidade, gênero e idade.
A semaglutida, que atua como um agonista do receptor de peptídeo semelhante ao glucagon (GLP-1R), ajuda a regular a fome e o controle glicêmico em pessoas com diabetes tipo 2.
Ela é o principal componente dos medicamentos Wegovy e Ozempic, usados tanto para diabetes quanto para perda de peso.
Detalhes do estudo
A pesquisa analisou três anos de dados eletrônicos de quase 1 milhão de pacientes com diabetes tipo 2 nos EUA, utilizando uma abordagem estatística que simula um ensaio clínico randomizado.
Os resultados mostraram que aqueles que usaram semaglutida tiveram um risco significativamente menor de desenvolver Alzheimer em comparação com pacientes que utilizaram outros sete medicamentos antidiabéticos, incluindo outras classes que também atuam no receptor GLP-1R.
Os pesquisadores dizem que, embora suas descobertas apoiem a ideia de que a semaglutida pode prevenir a doença de Alzheimer, não é possível tirar conclusões causais firmes. Eles também defendem a realização de mais estudos sobre o tema.
Como a semaglutida age?
A semaglutida age imitando o hormônio GLP-1, aumentando a secreção de insulina e reduzindo a liberação de glucagon, o que ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue.
Ela também retarda o esvaziamento do estômago e reduz o apetite, promovendo saciedade e auxiliando na perda de peso. Esses efeitos combinados a tornam eficaz no tratamento do diabetes tipo 2 e obesidade.
Há vários outros estudos que sugerem que a semaglutida pode ter efeitos benéficos além do controle glicêmico e da perda de peso, como a redução da inflamação e possíveis efeitos neuroprotetores. Essas propriedades estão sendo investigadas em condições como o Alzheimer, como a pesquisa dos EUA.