Septo vaginal: a condição da jovem que nasceu com duas vaginas

Condição congênita pode interferir na menstruação, função sexual e no parto

Embora tenha nascido com duas aberturas na vagina, a australiana Tee Bartlett só descobriu a condição chamada de septo vaginal aos 16 anos de idade. Foi quando perguntou à mãe em qual dos orifícios deveria usar tampão durante o período menstrual.

“No início, ela disse que não havia dois buracos e discutimos um pouco, e eu estava sendo muito relutante. Ela então sugeriu que fôssemos ao médico. Foi quando percebi que ela estava falando sério e que realmente não deveria haver duas aberturas ali”, contou Tee ao jornal The Sun.

Jovem descobre aos 16 anos que tem duas vaginas, condição conhecida como septo vaginal
Créditos: reprodução/Facebook/TeeBartlett
Jovem descobre aos 16 anos que tem duas vaginas, condição conhecida como septo vaginal

A resposta para o problema, no entanto, não foi tão simples. Só veio depois da terceira consulta médica e um encaminhamento para um ginecologista, que confirmou que ela tinha duas aberturas vaginais.

O médico alertou que a condição provavelmente tornaria a relação sexual e o parto difícil e perigoso, o que fez Tee foi decidir pela cirurgia de remoção de septo aos 17 anos.

Tee realizou cirurgia para remover o septo vaginal
Créditos: reprodução/Facebook
Tee realizou cirurgia para remover o septo vaginal

Tee conta que, desde que falou abertamente sobre sua condição nas redes sociais, tem recebido muitos relatos de mulheres com situações parecidas à sua. “Há tantas garotas comentando que têm uma coisa semelhante e não perceberam que não era normal”, disse.

Septo vaginal

O septo vaginal é uma condição congênita, o que significa que existe no nascimento. Ocorre quando o sistema reprodutivo feminino não se desenvolve totalmente, deixando uma parede divisória de tecido na vagina, que não é visível externamente. Essa partição, que pode vertical ou horizontal, geralmente interfere na menstruação, função sexual e no parto.

Os médicos não identificaram nenhum fator de risco específico que causa essa condição. É provável que a causa seja algum defeito em múltiplos genes.

O diagnóstico geralmente é realizado por meio de exames de imagem e exame pélvico.

Tratamento cirúrgico

A ressecção cirúrgica, ou remoção do tecido septal, é a maneira definitiva de controlar as complicações associadas ao septo vaginal.

No entanto, o momento da cirurgia depende dos sintomas e das características do septo. Mulheres que não apresentam sintomas, geralmente aquelas com septos não obstrutivos, podem não necessariamente precisar de intervenção.

Porém a existência desses septos podem interferir no uso de absorventes internos, relações sexuais e parto, portanto a cirurgia pode ser realizada posteriormente para permitir o uso confortável de absorventes internos, relações sexuais e parto vaginal seguro.