Sexo reduz riscos após tratamento de câncer de colo de útero

Descubra os benefícios do sexo regular para a saúde sexual das mulheres nesta pesquisa inovadora

O tratamento para o câncer de colo de útero, uma das formas mais comuns de tumor entre as mulheres, envolve não apenas a cura do câncer, mas também a prevenção e o tratamento de efeitos colaterais.

Altas doses de radiação próximas à vagina, porém, podem causar estreitamento da vagina (estenose vaginal) e mudanças de longo prazo no tecido da região, dificultando exames ginecológicos e causando desconforto durante o sexo.

No entanto, pesquisadores da Áustria descobriram uma potencial solução para este problema – a atividade sexual regular ou a dilatação vaginal.

Sexo reduz riscos após tratamento de câncer de colo de útero”
Créditos: iSTock
Sexo reduz riscos após tratamento de câncer de colo de útero”

Sexo regular reduz riscos após tratamento de câncer de colo de útero

“Espero que esta investigação ajude a reduzir o tabu em torno da saúde sexual e torne mais fácil para os médicos discutir estas questões com seus pacientes”, destaca Kathrin Kirchheiner, principal autora do estudo e psicóloga clínica do departamento de radioterapia oncológica da Universidade Médica de Viena.

Como funciona o tratamento?

O tratamento padrão para pacientes com a doença localmente avançada envolve radioterapia, quimioterapia e braquiterapia.

Avanços em braquiterapia, incluindo o uso de ressonância magnética para precisão na identificação do tumor e administração precisa de radiação, melhoraram significativamente as taxas de cura.

Entretanto, como já mencionado, o tratamento pode causar desconforto na vida sexual da mulher.

Qual o impacto da dilatação vaginal regular e da atividade sexual na recuperação pós-tratamento?

A pesquisa EMBRACE mediu os efeitos colaterais relatados por médicos e pelas próprias pacientes em uma amostra de 1.416 mulheres com câncer de colo de útero localmente avançado.

Foram analisadas 882 participantes para comparar os efeitos colaterais em pessoas sexualmente ativas ou que utilizavam dilatação vaginal regularmente nos anos após o tratamento com aquelas que não seguiam a rotina.

Os resultados mostraram que a dilatação vaginal regular e/ou atividade sexual foram significativamente associadas a um menor risco de encurtamento e estreitamento vaginal moderado de grau 2 ou superior.

Pode a atividade sexual prevenir a estenose vaginal?

As pacientes que relataram fazer a dilatação vaginal e mantiveram a atividade sexual tiveram o menor risco de estenose vaginal de grau dois (18%), seguidas por aquelas que eram sexualmente ativas, mas não utilizavam dilatação vaginal (23%), e das que usavam dilatação, mas não eram sexualmente ativas (28%).

Pacientes que não praticavam dilatação ou relações sexuais regulares tinham maior probabilidade de apresentar estenose moderada (37%). Por isso, Kathrin enfatiza a importância da atividade sexual regular e/ou dilatação vaginal para a prevenção de problemas mais sérios e irreversíveis.