Sintoma pouco conhecido acomete 1 a cada 3 pessoas que sofrem AVC
Condição afeta o movimento e a coordenação, mas pode melhorar com o tratamento adequado
Espasticidade. Está aí uma palavra pouco conhecida que costuma ser precedida por outras três mais famosas: Acidente Vascular Cerebral – ou AVC, a principal causa de morte no Brasil.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) e a espasticidade, andam lado a lado. Isso porque a espasticidade é uma sequela do AVC. No entanto é ainda uma condição pouco conhecida já que, além de ser subdiagnosticada, há pouca conscientização sobre as sequelas do derrame no Brasil.
A cada ano, de 232 mil a 344 mil novos casos de AVC são diagnosticados na população brasileira.
- Estudo revela como alimentos podem combater a perda de memória
- Holbox, o paraíso rústico mexicano que você precisa conhecer
- Como identificar os sinais de açúcar elevado no sangue e agir rápido
- O câncer colorretal pode avançar mais rápido devido a esse fator
Dentre os que sobrevivem ao episódio, uma em cada três pessoas terá espasticidade.
Afinal, o que é espasticidade?
Espasticidade é um distúrbio motor caracterizado pelo aumento involuntário no tônus muscular, que resulta em rigidez, dificuldade de movimento e espasmos doloridos.
A lesão que acontece no sistema nervoso central a partir do AVC causa um desequilíbrio entre os sinais inibitórios e excitatórios que controlam o tônus muscular – mais precisamente, ocorre o enfraquecimento dos sinais inibitórios, o que leva a um aumento da atividade dos músculos e, consequentemente, à espasticidade.
Quanto mais grave a lesão no cérebro, maiores as chances de a condição aparecer.
A espasticidade, que acomete com mais frequência cotovelos, punhos e tornozelos, varia em gravidade, causando desde rigidez leve até contrações musculares intensas, e pode comprometer significativamente a mobilidade, autonomia e qualidade de vida dos pacientes.
“A espasticidade é uma das sequelas mais comuns e, ao mesmo tempo, desafiadoras do AVC”, afirma Celso Vilella Matos, médico fisiatra e presidente da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMFR).
“Felizmente, ela pode ser tratada de forma eficaz caso seja precedida por um referenciamento precoce para um fisiatra, um dos profissionais habilitados a diagnosticar esse sintoma corretamente, e procedida pela adesão do paciente a uma reabilitação multifuncional, o que contribui para a retomada da independência das pessoas que convivem com a sequela.”
Doenças incapacitantes
O AVC é uma das principais causas de incapacidade no mundo – por conta de suas sequelas, cerca de 70% das pessoas não retornam ao trabalho e 50% ficam dependentes de outras pessoas no dia a dia.
A pessoa com espasticidade costuma ter dificuldade para se locomover e realizar tarefas básicas do dia a dia, como cuidar da higiene pessoal, se alimentar e se vestir.
Por isso, é comum que ela passe a depender de um cuidador. Conforme o grau de comprometimento, a espasticidade pode causar dores nos membros afetados e levar a um maior risco de quedas e fraturas, além de outros prejuízos.