Os sintomas silenciosos do câncer de testículo e como prevenir

Embora o câncer de testículo represente menos de 1% de todos os diagnósticos de câncer entre o público masculino, sua incidência em homens jovens e o potencial impacto na qualidade e expectativa de vida tornam a discussão e conscientização sobre o tema de suma importância.

Segundo os dados do Ministério da saúde, obtidos pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), mais de 60% das mortes pela doença acometem jovens adultos. Entre 2010 e 2020, cerca de quatro mil homens morreram em decorrência do câncer de testículo.

A condição, notoriamente conhecida por sua natureza silenciosa, exige atenção especial para a detecção precoce e tratamento eficaz.

Como identificar um câncer no testículo? Veja os sintomas silenciosos:

• Aparecimento de um nódulo duro indolor, aproximadamente do tamanho de uma ervilha;
• Dor abdominal inferior;
• Falta de ar;
• Aumento de tamanho, de forma ou textura (endurecimento) dos testículos;
• Sensação de peso nos testículos;
• Sangue na urina;
• Sensibilidade nos mamilos;
• Dor nos ossos.

Embora nem todos os nódulos sejam cancerígenos, a avaliação por um especialista é primordial diante de qualquer sintoma.

O que causa o câncer de testículo? Veja alguns fatores que elevam o risco de desenvolver a doença:

• Criptorquidia;
• Histórico familiar de câncer de testículo;
• Infertilidade;
• Idade entre 15 e 35 anos;
• Exposição a determinadas substâncias.

A conscientização sobre esses riscos e a prática do autoexame emergem como medidas preventivas fundamentais.

Quais são os dois tipos de câncer de testículo?

• Tumores de células germinativas

Os tumores de células germinativas são os mais comuns e podem ser subdivididos em seminomas e não seminomas.

Os seminomas tendem a crescer mais lentamente e são mais sensíveis à radioterapia, enquanto os não seminomas geralmente são mais agressivos e requerem uma combinação de tratamentos, como cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

• Tumores de células não germinativas

Já os tumores de células não germinativas, embora menos comuns, incluem os tumores de células de Leydig, os tumores de células de Sertoli e os tumores estromais.

Cada tipo de câncer testicular pode exigir diferentes abordagens de tratamento, por isso é fundamental uma avaliação médica especializada para determinar o melhor plano de cuidados para cada paciente.

O diagnóstico precoce do câncer de testículo é crucial e, felizmente, possível por meio do autoexame regular, que permite identificar precocemente qualquer anormalidade.

No entanto, não existe protocolo exato para a autoavaliação. A assistência médica é recomendada em caso de dúvidas.

Como fazer o autoexame dos testículos?

• Escolha um momento tranquilo, como durante o banho, para realizar o autoexame;
• Fique em pé em frente a um espelho e examine visualmente seus testículos. Procure por qualquer inchaço, assimetria ou mudança na pele;
• Use os dedos indicador e médio para examinar cada testículo. Role suavemente cada testículo entre os dedos, sentindo qualquer caroço, nódulo ou área dolorosa;
• Também é importante verificar o epidídimo, que é um tubo atrás do testículo que armazena e transporta o esperma. Sinta-o também em busca de qualquer irregularidade;
• Faça o autoexame dos testículos uma vez por mês para familiarizar-se com o normal e detectar qualquer mudança.

Se notar qualquer alteração, como inchaço, dor persistente ou nódulos, consulte imediatamente um médico. Pois a detecção precoce pode fazer toda a diferença no tratamento e na recuperação.

Qual o exame de sangue para saber se está com câncer de testículo?

O exame de sangue mais comumente utilizado para diagnosticar o câncer de testículo é o teste de dosagem dos marcadores tumorais alfafetoproteína (AFP), beta-hCG (gonadotrofina coriônica humana) e LDH (desidrogenase láctica). Estes marcadores podem estar elevados em pacientes com câncer testicular.

No entanto, é importante ressaltar que a presença desses marcadores no sangue não confirma o diagnóstico de câncer de testículo por si só, sendo necessários outros exames, como ultrassonografia testicular, para confirmar o diagnóstico.

Quais as chances de cura de câncer no testículo?

Quando diagnosticado precocemente, a chance de cura pode passar de 90%, já que o câncer responde bem aos tratamentos quimioterápicos.

Portanto, com o tratamento adequado e o apoio correto, as chances de recuperação e de retomada de uma vida plena são altas.

Quais são os tratamentos disponíveis?

• Orquiectomia: procedimento cirúrgico para remoção do testículo afetado.
• Congelação de espermatozoides: recomendada para preservar a fertilidade antes do tratamento.
• Quimioterapia e radioterapia: pode ser necessária dependendo do estágio da doença.

É fundamental lembrar que, apesar dos desafios, o diagnóstico de câncer de testículo não é uma sentença.

Mas afinal, como prevenir o câncer de testículo?

• Autoexame regular: faça o autoexame dos testículos mensalmente para detectar quaisquer alterações, como inchaço, nódulos ou dor. Conhecer o seu corpo é fundamental para identificar precocemente qualquer problema.
• Adote um estilo de vida saudável: mantenha uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais e grãos integrais, e evite o consumo excessivo de álcool e tabaco. O excesso de peso e o sedentarismo podem aumentar o risco de desenvolver câncer, então pratique atividades físicas regularmente.
• Proteja os testículos: ao praticar esportes de contato ou atividades que possam causar trauma nos testículos, como ciclismo ou artes marciais, use equipamentos de proteção adequados.
• Evite substâncias nocivas: reduza a exposição a substâncias químicas nocivas, como pesticidas, solventes industriais e produtos químicos em cosméticos. Se trabalhar em ambientes com risco de exposição, use equipamentos de proteção.
• Exames médicos regulares: por fim, faça exames médicos de rotina e consulte um médico se notar qualquer alteração nos seus testículos ou sentir desconforto persistente na região.

Embora nem todos os casos de câncer de testículo possam ser prevenidos, seguir essas orientações pode ajudar a reduzir o risco e contribuir para uma vida mais saudável.