Solidão pode aumentar o risco de um assassino silencioso, diz Harvard

A solidão prolongada pode aumentar em 56% o risco de derrame, segundo um novo estudo publicado no eClinicalMedicine. A pesquisa também relaciona a solidão a doenças cardíacas, depressão, demência e diabetes.

A solidão é um estado mental caracterizado por sentimentos de vazio e indesejabilidade, que pode ser exacerbado pelo isolamento social. No entanto, é possível sentir-se solitário mesmo estando cercado por outras pessoas.

O que solidão pode causar?

Pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, indicam que a solidão crônica apresenta riscos significativos para a saúde, incluindo um aumento na incidência de derrames.

Pessoas que experimentam solidão de forma contínua estão mais suscetíveis a esses riscos do que aquelas que enfrentam solidão temporária ou situacional.

Afinal, qual foi a metodologia do estudo?

O estudo, liderado pela Dra. Yenee Soh da Escola de Saúde Pública Harvard TH Chan, analisou dados de 12.161 pessoas com 50 anos ou mais que nunca haviam sofrido um derrame.

Essas pessoas foram questionadas sobre solidão entre 2006 e 2008, e, após quatro anos, quase 9.000 participantes responderam novamente às mesmas perguntas. Entre 2010 e 2018, ocorreram 601 derrames entre os participantes.

Depois de ajustar fatores como isolamento social e sintomas depressivos, os pesquisadores descobriram que indivíduos considerados solitários no início do estudo tinham um risco 25% maior de derrame.

Aqueles que relataram solidão consistente em ambos os momentos do estudo apresentaram um risco 56% maior de derrame.

Qual a importância de lidar com a solidão?

Identificar e tratar a solidão pode ter um papel crucial na prevenção de derrames. Avaliações repetidas ao longo do tempo podem ajudar a identificar aqueles em maior risco.

Além disso, aumentar os sentimentos de conexão social, mesmo que por um curto período, pode melhorar os sintomas de saúde física.

Enquanto isso, quais são as consequências da solidão de curto prazo?

Outro estudo recente revelou que mesmo a solidão temporária pode causar problemas de saúde diários, como fadiga, dores de cabeça e náuseas.

Pessoas que se sentem menos solitárias tendem a apresentar menos sintomas físicos e de menor gravidade.

Então, os pesquisadores sugerem que intervenções diárias que aumentem os sentimentos de conexão social podem ser uma abordagem eficaz e prática para combater a solidão e seus efeitos negativos na saúde.