Sono desregulado pode aumentar risco de demência, indica estudo 

O estudo, publicado na revista Neurology, monitorou o sono de pessoas de meia-idade com rastreadores de pulso por uma média de sete anos.

Comportamento durante o sono pode ser indicativo de demência
Créditos: PonyWang/istock
Comportamento durante o sono pode ser indicativo de demência

O estudo, publicado na revista Neurology, monitorou o sono de pessoas de meia-idade com rastreadores de pulso por uma média de sete anos. 

 A importância de um sono regular está diretamente ligada à saúde do cérebro. Dados recentes sobre o tema detalham como essa relação pode apresentar um risco aumentado para o desenvolvimento de demência. 

Para isso, especialistas da Universidade Monash, na Austrália, lançaram mão de um estudo que envolveu 88 mil britânicos, divididos entre padrões de sono irregulares – horários de dormir diferentes de um dia para o outro – A ideia era entender de que forma esse hábito representava risco aumentado de desenvolver demência.

Os resultados revelaram que ir para a cama no mesmo horário todas as noites é benéfico para a saúde cerebral. Da mesma forma que aqueles, cujos horários de dormir variam drasticamente, mostraram ter um risco de demência 53% maior do que aqueles que mantinham horários estritos.

Como o estudo foi conduzido?

Os voluntários receberam uma pontuação de zero a 100 com base em quão bem suas horas de sono e vigília correspondiam a cada dia. Aqueles no grupo com a pontuação mais baixa, que tiveram média de 41, apresentaram a maior variação em seus horários de sono. Registros médicos mostraram que eles eram significativamente mais propensos a desenvolver demência, mesmo do que aqueles que tiveram uma pontuação média, que era de cerca de 71.

“As pessoas com sono irregular podem apenas precisar melhorar a regularidade de seu sono para níveis médios para prevenir a demência”, acrescentou o professor. Ao final do estudo, os resultados mostraram que um bom sono é vital para limpar proteínas tóxicas que causam demência que se acumulam no cérebro.

Sono e demência

O autor do estudo, o professor Matthew Paul Pase, da Universidade Monash, na Austrália, explicou os resultados do estudo. “Nossas descobertas sugerem que a regularidade do sono de uma pessoa é um fator importante no risco de demência. (…) As recomendações de saúde do sono geralmente se concentram em ter a quantidade certa de sono, que é de sete a nove horas por noite, mas há menos ênfase na manutenção de horários regulares de sono”, afirmou.