Substância presente em panelas aumenta risco de câncer

Substância presente em frigideiras e panelas pode estar associado a diagnósticos de câncer no fígado

07/10/2023 11:00

PFOS, usado para conceder antiaderência a diversos produtos, como frigideiras e panelas, pode estar associado a diagnósticos de câncer no fígado – iStock/Getty Images
PFOS, usado para conceder antiaderência a diversos produtos, como frigideiras e panelas, pode estar associado a diagnósticos de câncer no fígado – iStock/Getty Images - Getty Images/iStockphoto

Pesquisa conduzida pela Keck School of Medicine, nos Estados Unidos, revela que o componente PFOS, usado para conceder antiaderência, impermeabilidade e resistência a manchas a diversos produtos, como frigideiras e panelas, pode estar associado a diagnósticos de câncer no fígado.

“O câncer de fígado é um dos desfechos mais graves da doença hepática e esse é o primeiro estudo em humanos a mostrar que as PFAS estão ligadas a essa doença”, afirmou Jesse Goodrich, pesquisador do Departamento de População e Ciências da Saúde Pública da universidade.

O teflon é associado a uma substância chamada PFOA (ácido perfluorooctanóico). Há evidências, em diversos estudos, que a exposição a esse produto pode produzir efeitos adversos à saúde, fato já divulgado pela American Cancer Society.

Em 1970 essa associação foi feita, pela primeira vez, em um estudo que analisava os males causados a trabalhadores industriais nos EUA. Décadas mais tarde, em 1990, pesquisadores passaram a coletar dados sobre a relação da substância com o desenvolvimento de doenças hepáticas.

O que faço com a minha panela?

O tempo de troca desses utensílios de cozinha depende muito do material e do estado em que se encontram. Por isso, alguns sinais visíveis que indicam o momento ideal de troca são revestimentos descascados e arranhados ou com rachaduras, manchas e amassados.

Quando escolher um novo produto, preste atenção nas instruções. O teflon é um elemento comum nas panelas, mas o alumínio, um excelente e barato condutor de calor, é o metal mais presente nas cozinhas brasileiras.

No entanto, também há estudos mostrando que o alumínio pode se soltar na comida e, devido à neurotoxicidade desse metal, está relacionado a diversos males, como o desenvolvimento de Alzheimer.

Para evitar a superexposição ao alumínio, retire a comida depois de cozinhar e armazene em outro recipiente – um de vidro, por exemplo. Para lavar a panela, use uma esponja suave para evitar o desgaste do metal.

Além disso, muitas panelas de alumínio possuem uma cobertura de segurança que pode se danificar e expor o alimento a um material tóxico.

Quais os tipos de panelas mais ‘saudáveis’?

Ferro

Resistente e capaz de alcançar altas temperaturas, a panela de ferro fundido, apesar de pesada, é ótima para cozinhar, dura uma vida e não leva risco à saúde. Algumas partículas de ferro são liberadas durante o uso, mas a substância é absorvida pelo corpo sem nocividade e não interfere no sabor da comida. O material requer manutenção para não manter resíduos ou enferrujar.

Cerâmica

As panelas feitas totalmente por cerâmica e com revestimento esmaltado, se feitas com os materiais certos, são livres de tóxicos e não absorvem cheiros e sabores. As constituídas de barro sem revestimento podem acumular restos indesejáveis por serem porosas.

Como desvantagem, elas são mais pesadas, quebram com facilidade e distribuem o calor de forma irregular, além de poder ter restrições quanto à temperatura direta no fogão.

Vidro

As panelas de vidro não liberam resíduos ou toxinas nos alimentos e, por isso, são totalmente seguras. Tal como as de cerâmica, elas não distribuem a temperatura de maneira uniforme e requerem mais cuidado para não quebrar, especialmente com um choque térmico.

O vidro não deixa cheiro ou sabor, e isso influencia positivamente no cozimento dos alimentos, mas é preciso certa habilidade e atenção para não queimar a comida.