Quase 200 substâncias ligadas ao câncer de mama são achadas em embalagens
Novo estudo aponta que produtos químicos relacionados ao câncer de mama são usados na fabricação de embalagens de alimentos
Um estudo recente apontou que quase 200 substâncias químicas, potencialmente relacionadas ao câncer de mama, estão presentes em embalagens de alimentos e utensílios de plástico.
Essas substâncias podem ir para os alimentos e, consequentemente, para o corpo humano, aumentando o risco de doenças graves.
Publicado no Frontiers in Toxicology em 24 de setembro, o estudo acende um alerta sobre os perigos que muitos produtos do nosso dia a dia podem trazer para a saúde.
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Como esses produtos químicos entram em contato com os alimentos?
Esses compostos acabam liberados a partir de embalagens plásticas, de papel ou papelão que entram em contato direto com os alimentos.
“Há evidências sólidas de que 76 carcinógenos mamários conhecidos ou potenciais provenientes de materiais de contato com alimentos recentemente adquiridos em todo o mundo podem acabar encontrados nas pessoas”, disse a coautora do estudo, Jane Muncke.
De acordo com os pesquisadores, aproximadamente 40 dessas substâncias já estão classificadas como perigosas por agências reguladoras ao redor do mundo.
No entanto, muitas ainda estão permitidas para uso em materiais que embalam os alimentos que consumimos diariamente, como plásticos, adesivos e tintas usadas para imprimir logotipos.
Quais são os riscos associados a esses produtos químicos?
Entre as substâncias encontradas estão compostos como o benzeno, conhecido por causar câncer de mama em humanos e animais, além de outros químicos cancerígenos como 2,4-Toluenodiamina e o-Toluidina, ambos usados para tingir plásticos e papel.
Além de sua relação direta com o câncer, esses produtos também podem causar desregulações hormonais e danos ao DNA.
Outro composto preocupante é o PFAS, chamado de “produto químico eterno”, devido à sua resistência à degradação no meio ambiente, associado a doenças cardíacas, câncer e problemas imunológicos.
Afinal, como reduzir a exposição a essas substâncias?
Apesar de o controle dessas substâncias estar nas mãos das agências reguladoras, é possível adotar algumas medidas para diminuir o risco de exposição. Armazenar e aquecer alimentos em recipientes de vidro, em vez de plástico, pode ajudar.
Também evite o uso de panelas antiaderentes e substitua garrafas plásticas por opções de vidro ou aço inoxidável.
Além disso, optar por alimentos orgânicos pode diminuir a exposição a pesticidas, que também contêm químicos prejudiciais.
O estudo também sugere evitar alimentos enlatados que ainda utilizam BPA em seus revestimentos, preferindo alternativas mais seguras.