O que se sabe sobre o misterioso surto de meningite que matou 35 pessoas
Pacientes afetados provavelmente foram infectados com meningite fúngica durante procedimentos hospitalares
Um surto de meningite matou pelo menos 35 pessoas em Durango, no México. Outras 79 foram internados com sintomas da doença. A suspeita principal é que as contaminações tenham ocorrido em quatro clínicas privadas e tenham relação com procedimentos de anestesia peridural.
Os locais em investigação foram fechados e os proprietários estão foragidos da Justiça.
Histórico do surto de meningite
Os primeiros 11 casos de meningite asséptica de etiologia desconhecida, com um óbito, foram relatados pelo México à Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) em 4 de novembro do ano passado. Em comum, eles tinham histórico de procedimentos cirúrgicos com administração de anestesia peridural em hospitais privados da cidade de Durango.
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No dia 11 de novembro, foi identificada a presença do fungo causador da doença, Fusarium solani, um dos conhecidos por causar meningite, foi identificada em amostras de líquido cefalorraquidiano de dois casos analisados.
As autoridades de saúde, então, suspeitaram de que os lotes de bupivacaína, um anestésico local usado em cesáreas e outras operações curtas, estivessem contaminados. Porém, uma análise de sete lotes não apontou para a presença do fungo nas amostras.
Mais tarde, uma vigilância identificou a presença de fungos e bactérias nas dependências das quatro clínicas, levando à suspeita de reutilização de seringas até a má conservação de medicamentos. Até agora, no entanto, não se sabe a verdadeira causa da origem do surto.
Meningite
A meningite é um quadro em que as meninges, camadas que revestem e protegem o sistema nervoso central, formado pelo cérebro e pela medula espinhal, ficam inflamadas.
A doença pode ser causada por diferentes agentes infecciosos. Para as bacterianas, existem medidas de prevenção, como vacinas. Porém, os casos no México não são de origem bacteriana, portanto, não são imunopreveníveis.
O tratamento para meningite depende do tipo. De acordo com o Ministério da Saúde, para as meningites virais, na maioria dos casos, não se faz tratamento com medicamentos antivirais. Em geral as pessoas são internadas e monitoradas, e se recuperam espontaneamente.
Porém alguns vírus como herpesvírus pode vir a provocar meningite com necessidade de uso de antiviral específico.
Nas meningites fúngicas o tratamento é mais longo, com altas e prolongadas dosagens de medicação antifúngica, escolhida de acordo com o fungo identificado no organismo do paciente.